sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Alto Minho artigo de 06-02-2009

Descarregar…

Percebo que, quando não nos corre bem algo, quando o que tomamos por verdades dogmáticas treme, a nossa frustração poderá tomar proporções tais que só a “descarga” nos permitirá aliviar.

Manuel Pires Trigo escolheu no seu artigo de sexta-feira passada, no semanário Cardeal Saraiva, a classe profissional que mais mossa tem feito ao Primeiro-ministro, José Sócrates, os professores. O problema não é a opinião “per se”, mas a ignorância que essa opinião demonstra. Pires Trigo não deveria tomar toda uma classe profissional pelos estereótipos que construiu na sua mente ao longo dos anos e que assume por reais. Far-lhe-ia bem levantar-se e deixar de ver os professores pelo prisma das décadas de 70 ou 80 do século passado, afinal, aqueles que ele realmente conhece da sua “sala” no largo de Camões.

Bicicletas

Escrevi em Junho do ano passado, noutro espaço, que, atendendo ao facto de que as ecovias são cada vez mais procuradas, Ponte de Lima deveria pôr em prática uma ideia que se tem alastrado por várias cidades e vilas da Europa que é o "aluguer" gratuito de bicicletas. Bem, gratuito ou a preço simbólico. A Câmara Municipal adquiriu um conjunto de bicicletas urbanas que se pressupõe que terá como destino algo semelhante ao proposto. Se assim for, é de louvar a iniciativa.

Espírito de iniciativa

Aqui, o nosso director escreveu um artigo onde apelava ao apoio à iniciativa e à coragem de ousar. No cômputo geral, concordo com a ideia. No entanto, é preciso refrear algum “espírito” de iniciativa no que concerne ao investimento público. Não é qualquer sentimento de velho do Restelo que me impele nesse sentimento, é apenas o pensar que é o dinheiro de todos nós que está em causa e que poderia ser investido em algo que poderá ser bem melhor aproveitado em nosso proveito. O exemplo de um centro de estágios como o de Melgaço em todos os concelhos do Alto Minho era simplesmente deitar fora dinheiro, que é preciso noutras áreas, a social, por exemplo.

Aliado ao espírito de iniciativa, à coragem e visão pública deve estar o racionamento do dinheiro público, a partilha de recursos, a partilha de projectos e objectivos. A iniciativa e coragem deveriam começar no deixar cair preconceitos bairristas e retrógrados. Infelizmente, faz quinze dias demos um passo atrás nesse caminho.

Sem comentários: