Política cultural em Ponte de Lima
Os anos eleitorais são sempre férteis em gastos “culturais”. Basta consultar as estatísticas do INE e nas Despesas em cultura dos municípios logo nos apercebemos que, por exemplo, no ano de 2005, também ano de eleições autárquicas, as despesas aumentaram substancialmente. Poucos são os executivos municipais que não cedem a esta tentação.
Em Ponte de Lima, este ano, e só em concertos, a autarquia já desembolsou 260.250,00€. Muitos dirão “ainda bem, finalmente há cultura”, “finalmente podemos assistir a espectáculos com artistas conhecidos “ ou “finalmente concertos para todos os gostos”. Talvez, mas como política cultural é muito redutor. E em ano de eleições…
Como há tempos referi, o pelouro da Cultura não pode ficar apenas pelas estatísticas de final do ano, deve criar públicos para os diversos espaços culturais existentes no concelho, especializando cada uma das “salas de espectáculos”, para que todas elas possam ser aproveitadas e, já agora, utilizar, sempre que possível, os "cabeças de cartaz" como chamariz para a promoção do que por cá se faz.
Autárquicas
As listas dos diferentes partidos foram entregues sem surpresas. Das declarações feitas pelos diferentes cabeças de lista destaco a do entrevistado desta semana, Acácio Pimenta. O cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Ponte de Lima alertava para as pressões, para as intimidações sobre as pessoas para que não integrassem as listas, no caso, da CDU. Isto é de facto grave e não pode passar sem uma melhor explicação. É necessário saber quem faz este tipo de pressões. Como é possível que alguém, quando já vivemos em democracia há 35 anos, possa impedir que as pessoas dêem a cara pelas suas ideias devido ao medo de retaliações?!
Monumentos e obras
Poderíamos dizer que depois dos últimos monumentos colocados no areal seria difícil não gostar de todos os que viessem a seguir, pois pior seria difícil. Mas, eis que por mérito próprio, a estátua ao Folclore e às Feiras Novas, que foi inaugurada com pompa e… folclore, não defrauda. Eis um bom monumento que homenageia os grupos que um pouco por todo o concelho vão de certa forma cultivando e dando a conhecer o mundo a muitos e muitos jovens. Claro que se aproveitou, e bem, para também homenagear quem, de facto, faz as Feiras Novas, o povo, e a estátua reflecte bem todo o movimento proporcionado pelas concertinas.
Claro que não há bela sem senão e aqui o senão é a localização. Ao contrário do que se possa pensar, a colocação exagerada de estátuas e monumentos nas margens do rio, nomeadamente no areal, não acrescenta mais-valia mas apenas ruído. Existem tantos locais. E nem era preciso ir para longe, apenas passar para o outro lado da rua.
2 comentários:
Já tínhamos saudades dos seus artigos. Força não tenha medo!
As suas opiniões têm resultado em muitas intervenções de responsáveis políticos, parabéns e não desista.
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