segunda-feira, outubro 08, 2012

Artigo no Novo Panorama


Artigo publicado no Novo Panorama em 04-10-2012




 
Líderes, quais líderes?

São as mesmas caras que repetem os mesmos discursos, as mesmas desculpas, ano após ano, após ano. Chega uma altura em que é inevitável, de repente olha-se para eles e tem-se o pensamento, “ mas para que raio foram eles eleitos?”.
Vamos lendo os indicadores da região, vamos constatando a realidade da nossa comunidade, e é sempre a mesma triste e repetitiva realidade. A nossa região é considerada “deprimida”, constando quase sempre na cauda dos indicadores.
Seremos nós menos que os outros, seremos menos trabalhadores, menos honestos, menos empreendedores? Não! O povo minhoto sempre foi empreendedor, nunca se conformou, a história é testemunha disso. Então onde falhámos? Falhámos na escolha dos líderes. Temos presidentes de Câmara, partidos, protagonistas políticos que se vão perpetuando no poder por ser mais cómodo, por alheamento, por não nos comprometermos, porque gostamos das “vendas” que estes nos colocam. Ainda não percebermos que a participação de todos na política, nos problemas da comunidade, é a melhor forma de estes se resolverem.
Vejam o que está a acontecer com as portagens na A28. É um caso paradigmático de como os nossos líderes, os nossos eleitos, que até gostam de aparecer em jantares, em reuniões inócuas, em discussões com os seus umbigos, que gostam de partilhar connosco esses momentos nas redes sociais ou nas páginas oficiais dos órgãos a que presidem, quando chega a altura de enfrentarem os seus partidos, o governo, a “máquina central”, encolhem-se, olham para o lado e, como de costume, esperam que a fumaça passe.
As manifestações são legítimas, mas, mais que fazer manifestações, é preciso mudar, é preciso que os partidos percebam que os tempos são outros e ou mudam, ou desaparecem. São precisos novos líderes, novas formas de actuar, novas formas de ver a comunidade. Não podemos pactuar com aqueles que se servem da política, com aqueles que quando têm poder, por mais pequeno que seja, escolhem para depois serem escolhidos.
Que fazer? Não se esqueçam, para o ano temos uma oportunidade, para o ano há eleições!

Pergunta

Na passada reunião da Assembleia Municipal de Ponte de Lima, os seus membros foram confrontados com uma proposta da Câmara Municipal de aquisição de dois prédios rústicos (46.000m²) localizados na freguesia de Arca, para instalação do Parque da Vila/Área de Lazer no valor de 690 mil €. Acresce que um dos terrenos está sujeito a um acórdão do Supremos Tribunal de Justiça que proíbe a realização de qualquer operação relacionada com edificações, obras de construção, obras de urbanização, loteamentos e trabalhos de remodelação dos mesmos, durante um período de 25 anos. Numa altura em que as dificuldades dos limianos, como as dos restantes portugueses aumentam, precisará Ponte de Lima gastar 690 mil euros em terrenos para construir um género de “mini parque da cidade”? Caro leitor, se fosse membro da Assembleia Municipal, como é que votaria?
Já agora, a proposta foi aprovada com os votos favoráveis da maioria…

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