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Artigo publicado no Novo Panorama em 04-10-2012 |
Líderes, quais líderes?
São as mesmas caras que repetem os mesmos
discursos, as mesmas desculpas, ano após ano, após ano. Chega uma altura em que
é inevitável, de repente olha-se para eles e tem-se o pensamento, “ mas para
que raio foram eles eleitos?”.
Vamos lendo os indicadores da região,
vamos constatando a realidade da nossa comunidade, e é sempre a mesma triste e
repetitiva realidade. A nossa região é considerada “deprimida”, constando quase
sempre na cauda dos indicadores.
Seremos nós menos que os outros, seremos
menos trabalhadores, menos honestos, menos empreendedores? Não! O povo minhoto
sempre foi empreendedor, nunca se conformou, a história é testemunha disso.
Então onde falhámos? Falhámos na escolha dos líderes. Temos presidentes de
Câmara, partidos, protagonistas políticos que se vão perpetuando no poder por
ser mais cómodo, por alheamento, por não nos comprometermos, porque gostamos
das “vendas” que estes nos colocam. Ainda não percebermos que a participação de
todos na política, nos problemas da comunidade, é a melhor forma de estes se
resolverem.
Vejam o que está a acontecer com as
portagens na A28. É um caso paradigmático de como os nossos líderes, os nossos
eleitos, que até gostam de aparecer em jantares, em reuniões inócuas, em
discussões com os seus umbigos, que gostam de partilhar connosco esses momentos
nas redes sociais ou nas páginas oficiais dos órgãos a que presidem, quando
chega a altura de enfrentarem os seus partidos, o governo, a “máquina central”,
encolhem-se, olham para o lado e, como de costume, esperam que a fumaça passe.
As manifestações são legítimas, mas, mais
que fazer manifestações, é preciso mudar, é preciso que os partidos percebam
que os tempos são outros e ou mudam, ou desaparecem. São precisos novos
líderes, novas formas de actuar, novas formas de ver a comunidade. Não podemos
pactuar com aqueles que se servem da política, com aqueles que quando têm
poder, por mais pequeno que seja, escolhem para depois serem escolhidos.
Que fazer? Não se esqueçam, para o ano
temos uma oportunidade, para o ano há eleições!
Pergunta
Na passada reunião da Assembleia
Municipal de Ponte de Lima, os seus membros foram confrontados com uma proposta
da Câmara Municipal de aquisição de dois prédios rústicos (46.000m²) localizados
na freguesia de Arca, para instalação do Parque da Vila/Área de Lazer no valor
de 690 mil €. Acresce que um dos terrenos está sujeito a um acórdão do Supremos
Tribunal de Justiça que proíbe a realização de qualquer operação relacionada
com edificações, obras de construção, obras de urbanização, loteamentos e
trabalhos de remodelação dos mesmos, durante um período de 25 anos. Numa altura
em que as dificuldades dos limianos, como as dos restantes portugueses
aumentam, precisará Ponte de Lima gastar 690 mil euros em terrenos para
construir um género de “mini parque da cidade”? Caro leitor, se fosse membro da
Assembleia Municipal, como é que votaria?
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