Palavra de Presidente
Mais de uma década depois de ser eleito pela primeira vez, Daniel Campelo, em 20 de Maio, garantiu que no final do presente ano o concelho de Ponte de Lima iria ser servido em 95% por saneamento básico. Chegados ao último mês do ano, será que a quase totalidade dos limianos têm em casa este serviço que deveria ser básico? Então, qual é a percentagem?
Grandes Superfícies Comerciais
O auto denominado defensor do mundo rural foi das vozes que mais se manifestou contra uma grande superfície em solos limianos. Há quatro anos, nas eleições autárquicas, existiu uma quase unanimidade em relação a este tema, grandes superfícies comerciais em Ponte de Lima nunca. Este ano, o assunto, mesmo na campanha eleitoral, foi quase esquecido. É que passados alguns anos de fervorosa exclusão, eis que pairam sobre Ponte de Lima não uma, não duas, mas três grandes superfícies comerciais. O que podemos dizer de alguém que para obter algo promete que o seu comportamento será regido por determinados parâmetros, mas que, após algum tempo e depois de obter o pretendido, esquece o seu compromisso?
Assembleia Municipal
A Assembleia Municipal deveria ser o centro da vida política local. Política sim, porque à Câmara Municipal deveria ficar reservada a vida administrativa. É pena que estes 30 anos de Assembleia Municipal em Ponte de Lima só signifiquem a perda dessa centralidade. Por um lado aumentou os que apenas servem para levantar a mão quando lhes mandam. Por outro lado, cada vez mais são os presidentes da junta que votam em determinado sentido por se acharem "reféns" de algo ou alguém. Não se errará por muito se apontarmos para 85% os membros que no último mandato não fizeram uma única intervenção, não apresentaram qualquer ideia.
Chegou um novo mandato, a Assembleia Municipal não augura nada de novo. O PS, se perdurar no caminho de intervenção sem conteúdo, acabará por produzir o efeito contrário ao do desgaste que pretende induzir no executivo camarário. A sede de protagonismo não pode cegar. O PSD voltou a mostrar descoordenação. Não se compreende a discrepância de sentido de voto. Não se percebe que alguns responsáveis continuem como os actores clássicos a mudar de "persona" em conformidade com o cenário. Os limianos estão fartos de malabarismos conforme o soprar dos ventos. Para isso existem os cata-ventos.
Discussão Pública
"Os cafés são silenciosos, tristes. Meio-deitados para cima das mesas, os homens tomam o café a pequenos golos, ou fumam calados. A conversação extinguiu-se. Ninguém possui ideias originais próprias." Isto diziam Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão nas Farpas em 1875. Alguns gostariam que esta descrição se passasse em Ponte de Lima, no entanto talvez esta seja a melhor altura para incentivar a discussão da causa pública para lá das sedes partidárias.
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