quinta-feira, abril 20, 2006

Alto Minho artigo 20-04-2006

O rio e o Areal

Todos ainda se lembram de uma publicidade onde pessoas já com alguma idade diziam “ainda sou do tempo…”, pois bem, não tendo sequer metade da idade das pessoas retratadas, apetece-me dizer o mesmo em relação ao areal.
Ainda sou do tempo de ver roupa a secar no areal. Ainda sou do tempo de ver lavar a roupa no rio. Ainda sou do tempo em que dois dos três meses de férias de Verão eram passados no areal e, consequentemente, no rio Lima. Ainda sou do tempo em que poucos eram os que estacionavam no areal, até porque, se se distraíssem, corriam o risco de ficarem com as viaturas atoladas na areia. Ainda sou do tempo da inexistência de açudes. Ainda sou do tempo da existência de bandeira azul...
Agora fala-se de zonas de protecção à ponte, de retirar a feira quinzenal desse espaço, de reorganizar o espaço, de projectos de universidades estrangeiras para a zona, ilhas artificiais, etc, etc.
Necessário era ouvir o que realmente os limianos esperam desse espaço, que, em tempos, caracterizou de forma única a nossa sede de concelho. Seja lá o que for que esteja a passar na cabeça dos responsáveis, a verdade é que o areal e o rio que eu ainda conheci, nunca mais voltarão.


A Feira

De tempos a tempos, ouvimos falar da feira. Umas vezes para publicitar as reformas que a câmara lá pretende implementar, outras por causa da sua localização.
Sobre as reformas, apenas podemos dizer que, em norma, não são aplicadas por muito tempo, os retalhos resultantes dessa situação descaracterizaram para o bem e para o mal a velha feira limiana. Não há forma de parar o tempo…
Sobre a localização, as opiniões já são mais divergentes. Sei que a actual disposição e localização tendem a não durar muito mais. A feira, nos últimos anos, qual rio em dia de cheia, tem ocupado a Avenida dos Plátanos, o Passeio 25 de Abril e a antiga feira do gado (já sem gado), todos eles locais estranhos à feira tradicional.
Como a situação actual é quase anárquica, o caminho será, certamente, o da mudança. Não, inevitavelmente, de local, mas de paradigma. A adaptação aos tempos, às actuais necessidades e exigências é urgente e obrigatório.


9 de Abril

Comemoraram-se no passado domingo, dia 9, 88 anos da batalha de La Lys. Quase ninguém hoje sabe que batalha foi essa ou em que guerra ocorreu. Mas, se percorrermos a história recente da nossa família ou de famílias vizinhas, surpreender-nos-emos com a possibilidade de rapidamente encontrarmos alguém que tenha participado nessa batalha da I Grande Guerra.
Talvez não fosse mal recordar aos jovens o que os seus antepassados directos passaram ainda há menos de um século. Há quem defenda que a história se dá em círculos, pelo que é necessário não esquecer para não se cair nos mesmos erros.

Páscoa

Foguetes, sinos, movimento, casas abertas a todos… Mais importante: passagem, esperança, renovação…

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