segunda-feira, maio 22, 2006

Alto Minho artigo de 22-05.2006

Hospital Conde de Bertiandos

Abel Baptista convocou uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Ponte de Lima para dia 29 de Maio. A situação da saúde em Ponte de Lima, nomeadamente o caso polémico do fecho de serviços no Hospital Conde de Bertiandos, serão os temas a debater.

Pese embora o presidente da Assembleia Municipal ter dito que os partidos com representação na Assembleia partilhavam a mesma opinião sobre o assunto, as direcções partidárias deveriam tornar pública a sua posição. Com isto esclareciam os cidadãos, acabando de vez com qualquer tipo de suspeita de partidarismo.

Os representantes das freguesias têm agora a oportunidade de juntarem, também, a sua voz a esta luta. Ainda recentemente não o fizeram em relação à PSP. Esperemos que desta feita se unam a uma só voz a bem das populações que representam.

O Presidente da Assembleia afirmou a vontade de envolver as forças sociais neste combate. Esse é, certamente, o caminho, mas não pode esquecer a população. Esta deveria estar presente na reunião da Assembleia em peso, cabendo à Assembleia promover essa participação, nem que para isso tenha de alterar o local da reunião.

Será a sina limiana?

No espaço de um mês, Ponte de Lima vê três unidades fabris fecharem as suas portas. Depois das últimas noticias indicarem que o IKEA terá outro poiso que não Ponte de Lima, esperávamos que o Presidente da Câmara chegasse com boas notícias do Brasil. Continuamos à espera das notícias. No caso COBRA, a Câmara fartou-se de anunciar o negócio como fechado. Criou expectativas, pelo que, se este sair gorado, terá muitas explicações a dar.

Ponte de Lima vive dias sombrios em sectores essenciais e vitais como a saúde (o caso do fecho de valências e serviços do Hospital), a segurança (o putativo encerramento da esquadra da PSP sem o aumento dos meios e efectivos da GNR), o emprego (a onda de encerramento de unidades fabris). Até quando? Olhem, pelo menos, temos festivais de jardins...

Admirável miradouro

Há mais ou menos um ano, o vice-presidente da Câmara, o vereador Vítor Mendes, anunciou que o mais antigo jardim de Ponte de Lima ia ser alvo de revitalização. O mesmo vereador acrescentou ainda que o monte de Santa Maria Madalena não estava ao abandono. Na sua opinião o antigo orgulho limiano apenas necessitava de umas pequenas reestruturações que a Câmara Municipal iria prontamente realizar. A Madalena não estava ao abandono, no máximo talvez estivesse, esteja, relegada aos serviços mínimos...

Um ano depois continuamos à espera. Para quando o começo das obras? Para quando a recuperação do esplendor que outrora aquele espaço teve?

O monte da Madalena continua serenamente à espera. À espera da recuperação, não de ser engolido pela massa construtiva que, infelizmente, já lhe aperta as entranhas.

Navegar à bolina

Infelizmente são vários os casos de falta de rumo nas políticas camarárias na última década. Veja-se, por exemplo, as aquisições, construções e reconstruções de edifícios por parte da Câmara Municipal. Desde a aquisição de uma casa na Além da Ponte, a construção do popularmente baptizado “micro-ondas”, passando pela reconstrução do Mercado Municipal, eis alguns exemplos de edifícios que nem a Câmara nem os munícipes fazem ideia para que servem. Uns perderam a sua serventia, outros esperam ter serventia, outros ainda têm uma serventia no mínimo, digamos, virtual.

Outro caso dessa navegação é o do pelouro da cultura. Não se encontra um objectivo, um fio condutor na promoção cultural. Concelhos vizinhos, Arcos de Valdevez por exemplo, fruto da sua política cultural, vão cativando públicos em diversas áreas culturais. Ponte de Lima ainda não criou qualquer tipo de público. A vereação tem culpa desta situação e de nada vale apresentar os números “fantásticos” do costume. A realidade está à vista de todos. Talvez fosse tempo de ver e aprender com quem tem tido sucesso nesta área. Não é vergonha nenhuma.

Demagogia populista?

Outro exemplo desse navegar à bolina é a imposição dos 40 km/h de velocidade máxima nas estradas municipais limianas. Serão gastos perto de 50 mil euros, quando não existe um único estudo que indique que ao baixar dos actuais 50 km/h para os 40 km/h se irá reduzir a sinistralidade rodoviária no concelho. Para onde irá mais soprar o vento?

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