APPACDM de Ponte de Lima
Com pompa e circunstância foi inaugurada a extensão limiana da APPACDM. O antigo Matadouro Municipal, posteriormente reconvertido em Centro de Arte e Cultura, é actualmente o local de acolhimento. Se por um lado é de saudar a presença da APPACDM em Ponte de Lima, por outro é lamentável que a tenham “empurrado” para um edifício que não foi pensado para esta finalidade. A decisão de ceder o Centro de Arte e Cultura em vez de se construir um novo edifício nos terrenos disponibilizados para o efeito junto às Piscinas Municipais é o reconhecer, por parte da Câmara, do fracasso do Centro de Arte e Cultura, que nunca chegou a ser nada.
Não se pode, no entanto, minimizar o facto positivo da APPACDM ser agora uma realidade num dos concelhos do distrito de Viana do Castelo com o maior número de pessoas portadoras de deficiência. Esperemos é que o investimento não pare por aqui. Continuemos a pensar num edifício novo, detentor de melhores condições para os cidadãos portadores de deficiência. Esse terá que ser o objectivo.
Investir em Ponte de Lima
Afinal o Presidente da Câmara parece não ter chegado a ir ao Brasil. Esta deslocação chegou a ser anunciada como clarificadora do processo de instalação do investimento brasileiro, mas o silêncio sobre o assunto parece sintoma de más notícias. A Câmara tudo fez para que este investimento fosse uma realidade, no entanto Campelo tem que explicar aos limianos as expectativas que agora se frustram por ter anunciado o investimento como uma realidade, quando ainda não o era. Que dizer às centenas de pessoas que enviaram os seus currículos?
A Agência Financeira anunciou, na semana passada, que o IKEA estava a estudar três possibilidades, Paços de Ferreira, Paredes e Estarreja para a localização da sua fábrica em Portugal. A Câmara Municipal de Ponte de Lima tratou este processo de outra forma, não criou falsas expectativas e tudo fez para que a fabrica fosse uma realidade em Ponte de Lima.
Aparentemente e infelizmente o concelho limiano não acolherá nenhum dos referidos investimentos. Talvez seja tempo de encarar de outra forma a nossa realidade económica. Ou nos resignamos e ficamos a aguardar que se lembrem de nós, ou apostamos, antes de mais, nos empresários locais. A Câmara Municipal pode dar-lhes condições para que desenvolvam as suas actividades. Muitos deles são inovadores no seu sector de actividade, precisando apenas de incentivos, semelhantes aos concedidos aos investidores estrangeiros, para se afirmarem a nível regional, nacional ou mesmo internacional.
Por que não apostar na fixação destes investidores nos pólos industriais limianos? Por que não criar uma incubadora de empresas como existe em Braga ou em Viana do Castelo? A fomentação do investimento limiano é um caminho a ter em conta para dinamizar a nossa parca economia.
Não basta ser o segundo maior concelho do distrito em termos de habitantes, temos que fazer tudo para ser o segundo também em termos económicos e sempre com a ambição de sermos o primeiro.
Biblioteca digital limiana, por que não?
Para quem anda atento às questões culturais do concelho tem assistido, nos últimos anos, ao lançamento de vários livros de escritores limianos, de livros sobre figuras limianas, ou sobre Ponte de Lima. Estes livros, além de serem de extrema importância para quem gosta de Ponte de Lima, são, sem sombra de dúvida, importantes para a identidade histórico-cultural de todos os limianos.
Nas suas edições/reedições uma grande fatia do mérito vai para a Câmara Municipal. Geralmente é esta que desempenha o papel fundamental para que as obras possam ver a luz do dia.
Cada vez mais o formato digital ganha extrema importância na preservação e divulgação de documentos. A própria Biblioteca Nacional tem apostado fortemente nesta área e qualquer um já pode ler livros como Os Maias de Eça de Queirós na versão da primeira edição, bastando para isso aceder à página on-line da BN. Um serviço semelhante poderia, à escala local, ser desenvolvido na Biblioteca Municipal. A digitalização de obras de limianos ou acerca de Ponte de Lima e a sua disponibilização on-line seria um passo enorme para a cultura limiana. Basta imaginar a felicidade de um limiano emigrado, ou dos seus filhos, ao poderem aceder a essas obras, quando doutra forma não o podem fazer. Bem sei que há alguns factores a ter em conta como o dos direitos de autor. A tecnologia permite, no entanto, vários tipos de situações que conseguiriam convergir num só sentido todos os interesses envolvidos.
Já que não se aposta na construção de uma nova biblioteca, aposte-se pelo menos na construção de uma Digital que mostre não só a produção intelectual e cultural de Ponte de Lima, mas também o caminho de inovação que o concelho limiano quer seguir.
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