terça-feira, dezembro 19, 2006

Alto Minho artigo de 19-12-2006

Decisões/Apoios

Na semana passada este jornal noticiou que foi atribuído o primeiro lugar do prémio RECRIA (Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados) a um edifício recuperado no centro histórico de Viana do Castelo. A recuperação foi feita ao abrigo do projecto RECRIA, onde a câmara vianense, não pelo apoio financeiro, que existiu mas foi parco, mas sobretudo pelo apoio técnico, teve um papel fundamental.

Em Ponte de Lima, nada. Por vezes, os cidadãos limianos, ou limarenses como alguma elite cultural gosta de dizer, chegam a indagar-se se serão eles vistos como inimigos pela Câmara Municipal. Talvez fosse tempo de introduzir incentivos reais para os que querem recuperar património no centro histórico limiano. A começar pelo mais básico. É que só o custo de todas as licenças, arqueólogos e afins, faz com que a vontade de investimento na recuperação dos imóveis por parte dos proprietários seja muito pouca e até nenhuma ou por vezes mesmo incomportável. Entretanto, o centro histórico vai definhando. A ocupação humana é cada vez menor e não são os serviços, para que algumas, muito poucas, casas estão a ser recuperadas, que o vão salvar. Sem gente não há negócio que sobreviva. Sem pessoas não há centro histórico.

Um bom critério

Escrevo estas linhas antes da reunião da Assembleia Municipal, mas não tenho dúvidas, até porque a composição da assembleia não dá margem para elas, quanto ao desfecho das votações. É pena, porque o concelho limiano merecia mais ambição.

Além do Plano e Orçamento, entre outras coisas foi a votos a compra de uma quinta no lugar de Antepaço, na vila e freguesia de Arcozelo. É estranha a justificação dada pelo executivo para proceder a esta compra. A aquisição, segundo o vice-presidente da Câmara, vai ao encontro do Plano de Urbanização (PU) que se encontra em estudo. Ora, se se encontra em estudo... Razão tem a oposição ao afirmar que quando o PU da zona urbana de Ponte de Lima for aprovado já não terá qualquer utilidade.

Não é estranho?

O director deste jornal optou por não dar muito relevo à problemática do referendo ao Aborto. Por assim pensar, não posso deixar de concordar que esta é uma questão de consciência e formação pessoal, logo do foro íntimo de cada pessoa. Cada um deve ter a liberdade e espaço total para tomar uma decisão em consciência. Não resisto, no entanto, a afirmar a minha estranheza por ver um governo de esquerda preocupar-se tanto com a ajuda, financiada por todos nós, às mulheres e aos casais que querem abortar e a não propor nenhum incentivo, nenhuma medida de ajuda para aqueles que decidem ter filhos. Bem pelo contrário, vêem-se fechar maternidades um pouco por todo o país, vêem-se fechar urgências hospitalares, veja-se o caso concreto do nosso distrito, e tudo isto puramente por motivos economicistas. O apoio e incentivo à maternidade/paternidade não existe nem parece estar nos horizontes do governo, que, cada vez mais, prende as suas atenções a causas estéreis.

Estranho critério de investimento da esquerda moderna...

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