terça-feira, janeiro 23, 2007

Alto Minho artigo 23-01-2007

Um Domingo de passeio

Já várias vezes tinha ouvido falar nas papas de sarrabulho de Ponte de Lima. O Vieira, que é de lá, é que diz que não são papas de sarrabulho, essas são de Braga, de Ponte de Lima é o Arroz de Sarrabulho. Para mim era tudo igual, mas, como um dia li no JN que haviam criado uma confraria, o referido arroz deveria ser coisa boa!

No domingo, logo a seguir aos anos da minha sogra, utilizando esse pretexto, levei a família ao “arroz”. Preferi apanhar a A28, aproveitando ainda não se pagar portagens, e, uma horita depois, estava a estacionar junto da "ponte romana". Os miúdos pareciam ter combinado com a minha sogra e queixavam-se de que já não aguentavam mais, que tinham que ir à casa de banho. A minha sorte é que a ponte estava mesmo ali e, por baixo daquelas pedras milenares, a família lá se aliviou. Satisfeito, olhei em redor e verifiquei que perto se encontrava um magote de gente, mesmo em frente a um restaurante. Que sorte! Se havia assim tanta gente é porque seria bom. Três horas depois estávamos a sentar-nos. Já ninguém aturava os miúdos e a minha sogra bocejava algo imperceptível, mas que certamente teria a ver com o falecido, o meu sogro. Encomendado o repasto e respectivo acompanhamento líquido, esperámos um pouco. Aproveitámos para fazer planos para o resto do dia, mas eis que chegam as travessas. Tantos rojões e tanto arroz - vou pagar e já sei que não vou comer!

Sinceramente não encontrei nenhuma diferença relativamente às papas de Braga, ai se o Vieira me ouve… Duas horas depois já me custava levantar, agora sei qual a sensação dos crocodilos, que vejo na televisão aos domingos de manhã, depois de comerem. Propus ainda uma visita aos tão afamados jardins. Atravessámos a ponte, afinal a romana é só depois da igreja junto a um bairro com as casas a cair (não é só lá na terra que as há), e voltámos a perguntar onde ficavam os ditos jardins. Que tínhamos que descer pela escada de ferro e andar aí uns quinhentos metros. Depois de mais uns comentários da sogra, decidimos dividir o grupo. O mais velho ia comigo aos jardins e a mulher, a sogra e a pequenina iam indo para o carro. O passeio junto ao rio é bom, mas não se compara com o cais de Gaia onde geralmente passámos as tardes de domingo, quando não vamos para o shopping. Confesso que me custou percorrer os tais quatrocentos ou quinhentos metros, mas os jardins são interessantes. Foi pena a mulher não os ter visto, talvez pudesse tirar alguma ideia para a marquise...

Chegados de novo à ponte, comprámos umas castanhas e algodão doce. O frio já se fazia sentir e o sol era já uma miragem que se ponha por detrás de umas bombas de gasolina. Antes de partir, avisei logo que tínhamos que chegar a tempo de ver o Benfica pelo que iríamos pela auto-estrada. Nunca pensei que numa cidadezinha como esta custasse tanto chegar à portagem, eram só autocarros, muitos de lá da terra, a fazer com que o trânsito engarrafasse.

O passeio valeu a pena. Não pela qualidade do arroz, que, ao contrário do que diz o Vieira, não me pareceu muito diferente das papas de sarrabulho, mas pela quantidade. É que nos fartámos de comer e ainda sobrou tanto… Bem sei que esperámos, mas ao que comemos não pagámos muito.

Não me parece que voltaremos lá tão cedo. A sogra fartou-se de criticar (que se esperou, que é longe, que...) e os miúdos dizem que mais vale ir para Gaia, sempre têm o McDonalds.

(Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência)

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