sexta-feira, junho 15, 2007

Alto Minho artigo de 15-06-2007

Imigração, eis a “nova” saída que muitos limianos encontram para a sua situação profissional. É preocupante a quantidade de limianos, que ou saíram do país para trabalharem ou semanalmente enfrentam a estrada rumo às construções na vizinha Galiza.

Os níveis de imigração aproximam-se, cada vez mais, dos dos anos 60/70. Se é verdade que a conjuntura no país não é das mais favoráveis, também não é menos certo que o concelho de Ponte de Lima não se soube preparar para a realidade actual.

A aposta única numa falsa ruralidade, num turismo de massas, improdutivo e eunuco, disfarçado de qualidade está a ter as consequências que os limianos vivem no seu dia a dia. Ainda se lembram das promessas do “queijo limiano” e do que supostamente estava em causa? Da nova fábrica abastecida pelo leite produzido em Ponte de Lima? A verdade é que nada disso se concretizou, os postos do leite desapareceram um atrás dos outros e da fábrica do queijo “genuinamente limiano” nem sinal. A situação periclitante da Adega Cooperativa agravada com os constantes avanços e recuos na construção de uma nova Adega, a compra de um terreno protegido, a inoperância da Câmara em desbloquear o problema. Que será dos pequenos produtores que tinham na produção vinícola um complemento do orçamento familiar?

Veja-se a actual dependência da economia limiana do dinâmico sector de extracção e transformação de pedra. Diz-nos a prudência que num casal é contraproducente os seus dois membros trabalharem na mesma empresa, porque, caso esta venha a fechar, ficam os dois sem emprego. Ora, nos tempos que correm, a dependência, quase total, de um sector é um erro que se pode pagar caro no futuro.

A Câmara Municipal e a Associação Empresarial deveriam unir-se, não só na produção de cartazes e realização de eventos, mas, e acima de tudo na criação de novos empregos. Por que não unirem-se na criação de uma incubadora de micro-empresas em colaboração próxima com as universidades/institutos politécnicos bem como com as escolas profissionais? Bem sei que outros concelhos já o fizeram antes, Arcos de Valdevez ou Vila Verde, por exemplo, mas penso que Ponte de Lima ainda vai a tempo de promover a iniciativa privada e a criação do próprio emprego. Muitos poderão ironicamente dizer “pois, pois”, mas o certo é que o rumo actual tem que ser mudado. Voltar a falar de imigração nos moldes do século passado não faz sentido, se não for por aqui que seja por ali, mas mude-se o rumo…

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