É recorrente ouvir o Presidente da Câmara de Ponte de Lima, bem como alguns dos seus vereadores, afirmar que as suas acções falam por eles, enquanto os outros, os que criticam, claro, são só conversa. Dando mais ênfase, diria que não têm pejo em usar o ditado “palavras leva-as o vento”. Não sei se as referidas acções serão a IKEA, a fábrica de sapatos de Fornelos, ou a COBRA? Exemplos dessa acção não faltam…
Outro dos “argumentos” é o do mau limianismo dos que criticam o Executivo Municipal. Não sei se com o leitor acontece o mesmo, mas tais acções e tais argumentos reporta-me a França. Será que o executivo se pensa o rei sol francês que dizia “je sui le état et le état c’est moi” (eu sou o estado e o estado sou eu)? Todos sabemos onde isso levou… O poder por vezes faz perder a cabeça.
Estes são os argumentos constantemente usados pelo Executivo Municipal. Ao invés de acarinhar e tirar algumas ilações, tenta desacreditar. É o que ainda hoje acontece, veja-se a sua reacção relativamente ao recente trabalho levado a cabo pela Assembleia de Freguesia de Ponte de Lima sobre a situação do comércio local. O trabalho, não sendo, nem pretendendo ser, científico, coloca o dedo na ferida e levanta alguns problemas que se ouvem um pouco por todo o comércio limiano. Mas o trabalho não fica pela observação, faz também propostas. Neste campo e, por exemplo, no que concerne às Feiras Novas, o trabalho acha desvantajoso o prolongamento dos vendedores ambulantes além do período das festas. Este é um problema com uma origem simples, a opção política de licenciar ou não estes vendedores ambulantes parte da Câmara Municipal. Já agora, parece-me que a proposta do grupo de trabalho está um pouco aquém da interpretação do vereador da cultura que anunciava, à revelia da apresentação do cartaz das Feiras Novas, que este trabalho apontava o fim das mesmas.
Percebo o nervosismo do executivo, percebo por que é partilhado pela Associação Empresarial. É já impossível esconder a verdade porque ela está cada vez mais presente na vida dos limianos. Quantos milhões já se perderam, nos últimos anos em Ponte de Lima, no comércio, na indústria na agricultura? Não se pode continuar a fechar os olhos a este facto. Por mais “circo” que promovam, chega uma altura em que este não suplanta a falta de “pão”.
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