sexta-feira, setembro 14, 2007

Alto Minho artigo 14-09-2007

“Quero ir às Feiras Novas” canta o cantor popular Canário. Eis a frase que ressoa na mente de todos os limianos bem como em centenas de forasteiros que, neste fim-de-semana, invadirão as ruas de Ponte de Lima.

Todos anos, Ponte de Lima ganha uma dimensão fantástica no fim-de-semana da festa. As concertinas, os bombos, o cheiro a churrasco, as pipocas, as farturas, o pão com chouriço e, claro, as primeiras castanhas. Tudo isto faz parte do clima das Feiras Novas.

Desde há muito que as festas vêm seguindo um caminho de alargamento. Junto dos jovens a sua divulgação é cada vez maior. Qual não é o limiano que fora de Ponte de Lima, na universidade por exemplo, não convida os seus amigos para cá passarem nas festas? São centenas aqueles que conheceram o nosso concelho desta forma e que, ano após ano, cá vêm, numa tradição dentro da própria tradição das Feiras Novas.

As ruas do centro histórico adquirem um colorido só comparável ao das ruas de cidades como Santiago ou Vigo em passagem de ano. O ambiente de festa é inegável, é palpável.

No ano passado, a Câmara decidiu pôr fim a alguns exageros que começavam a tomar proporções preocupantes. Contudo, não o terá feito da melhor maneira. A começar pelos argumentos de desvirtualização da festa (quem a conduziu até aqui?), do barulho (é verdade mas o mesmo critério não é aplicado a outros casos, até mais recorrentes) até à alternativa apresentada. A razão foi boa, mas a solução foi má.

Este ano espera-se que a solução passe pela bipolarização da “movida” já associada às noites das Feiras Novas. A EXPOLIMA tem melhores condições que no passado, é certo, e o esvaziamento de parte das pessoas das ruas do centro histórico também é de saudar, mas é preciso não conduzir obrigatoriamente essas pessoas para o referido espaço. Poder-se-ia cair em exageros e na “guetização”, como se percebeu no ano passado, com tudo o que daí advém.

Com as actuais condições e com uma maior vigilância das autoridades, a EXPOLIMA poderá passar a ser um óptimo complemento para quem procura sons mais, digamos, modernos nas Feiras Novas.

Não poderia acabar este artigo sem uma palavra de apreço pela homenagem a Manuel Luciano, membro durante anos da Comissão de Festas das Feiras Novas, feita no programa do Cortejo Etnográfico numa imagem que realmente faz parte da memória colectiva.

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