Persistindo
Durante muitos anos o Inverno foi rigoroso. A neve, o frio, a humidade e o vento pareciam não dar tréguas, mas sempre, no final, havia um raiozinho de luz que fazia despontar a seiva e esta por sua vez uns pequenos botões. Botões esses que ganhavam força e persistentemente, ano após ano, conseguiam levar a sua avante. A Primavera surgia. E como o ciclo da vida não tinha, ainda, um fim, seguia o seu curso passando o Verão, de novo o Outono e novamente o Inverno. E lá mais para a frente os botões voltavam a acordar com o fino raio do sol de forma a despontar na Primavera promissora.
No entanto, algo mudou. O ciclo foi interrompido. O Inverno demorou-se e sempre que um raio de luz despontava a crença num botão, logo uma geada o cobria, impossibilitando-o de viver. Por mais força que este fosse buscar ao raio de luz, a geada, ajudada pelas nuvens, impedia que essa força singrasse.
Mas a persistência mantinha-se. O ciclo poderia sofrer mutações, mas não iria acabar. O Inverno, por mais longo que parecesse, não poderia durar para sempre. A seiva e os raios do sol não iriam permitir. Do âmago dos seres sairia a força de outrora, persistente e firme no anseio de renascer.
No entanto, algo mudou. O ciclo foi interrompido. O Inverno demorou-se e sempre que um raio de luz despontava a crença num botão, logo uma geada o cobria, impossibilitando-o de viver. Por mais força que este fosse buscar ao raio de luz, a geada, ajudada pelas nuvens, impedia que essa força singrasse.
Mas a persistência mantinha-se. O ciclo poderia sofrer mutações, mas não iria acabar. O Inverno, por mais longo que parecesse, não poderia durar para sempre. A seiva e os raios do sol não iriam permitir. Do âmago dos seres sairia a força de outrora, persistente e firme no anseio de renascer.
Redes
Diariamente trabalho com ferramentas na Internet. As chamadas novas tecnologias são o meu “cinzel”. Com normalidade, contacto pessoas que estão do outro lado do mundo em tempo real e colaboro em trabalhos com outras entidades que apenas conheço pela “Rede”. O mundo é realmente uma aldeia. Mas será para todos?
Todos os dias, quando saio, ela já está lá. Quer chova, quer faça sol, quer esteja calor ou frio, a sua frágil figura não nos deixa indiferentes. Já rondará a casa dos 70 e deve ser das últimas peixeiras do tipo ambulante do nosso “burgo”. Por ventura ainda embrulhará as sardinhas em jornal, ou talvez não, porque a ASAE anda mesmo por aí, mas se as embrulhar, “qui ça” este mesmo artigo não seja um dia material para esse mester (o exercício de nos vermos, mais os nossos pensamentos escritos, a embrulhar um qualquer quarteirão de sardinhas é um bom exercício de humildade…).
Da aldeia global, esta peixeira apenas deve conhecer o peixe que por ventura virá de Espanha e que, assim, se torna mais barato.
As mutações sociais são uma evidência. Uns ofícios perdem-se para, em princípio, se ganharem outros.
Todos os dias, quando saio, ela já está lá. Quer chova, quer faça sol, quer esteja calor ou frio, a sua frágil figura não nos deixa indiferentes. Já rondará a casa dos 70 e deve ser das últimas peixeiras do tipo ambulante do nosso “burgo”. Por ventura ainda embrulhará as sardinhas em jornal, ou talvez não, porque a ASAE anda mesmo por aí, mas se as embrulhar, “qui ça” este mesmo artigo não seja um dia material para esse mester (o exercício de nos vermos, mais os nossos pensamentos escritos, a embrulhar um qualquer quarteirão de sardinhas é um bom exercício de humildade…).
Da aldeia global, esta peixeira apenas deve conhecer o peixe que por ventura virá de Espanha e que, assim, se torna mais barato.
As mutações sociais são uma evidência. Uns ofícios perdem-se para, em princípio, se ganharem outros.
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