quinta-feira, julho 01, 2010

Artigo n'O Povo do Lima

Exemplos na política

Há dias ouvi numa discussão afirmarem que em política há heróis. Não sei se existem, penso mesmo que não, agora que existem bons exemplos, lá isso existem. Desde que me conheço, por influência, não imposta, mas, lá está, pelo exemplo do meu pai, sempre gostei da discussão política e acima de tudo da forma de como esta pode influenciar a vida da nossa comunidade. Porque fui de um modo ou de outro acompanhando esse mundo, tive o privilégio de contactar algumas pessoas que fui considerando exemplo de participação política. Poderia enumerar, felizmente, muitas pessoas que me foram influenciando, mas ficar-me-ei, hoje, por um dos nomes que me tocou, mas que se encontra afastado da vida política há algum tempo. Falo do Sr. Francisco Abreu Lima.
Foi Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, influenciou fortemente a nossa comunidade, teve de uma forma ou de outra uma visão lúcida do caminho que era necessário que Ponte de Lima seguisse. Numa altura em que ainda pouco ou nada se falava de fundos comunitários, conseguiu transformar o nosso concelho, dando as bases para os “fantásticos” anos iniciais de Daniel Campelo. Mas quando falo do seu exemplo, tenho na memória casos concretos. Todos nós hoje temos como algo incontestável a ponte medieval ser pedonal, um local privilegiado, uma varanda para a vila de Ponte de Lima, um altar da ribeira lima que não poderia estar conspurcado pelos automóveis. Mas, se recuarmos uns anos, verificamos que foi precisamente por transformar a ponte medieval numa ponte pedonal que Francisco Abreu Lima perdeu a sua reeleição. Ele até poderia ter adiado as obras para outra data, ou ser omisso quanto ao resultado final, mas preferiu a verdade, preferiu defender o que acreditava mesmo sabendo que com isso o resultado seria muito certamente o que se viria a se confirmar.
Será um herói da política? O que é um herói se não alguém que faz o que deve fazer em cada momento? Um exemplo isso sim, um exemplo que deveria estar na cabeça de todos os que detêm um cargo público.

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