Além
“Mas pai…” é assim que a minha filha de 4 anos costuma interpelar as “verdades” parentais. É necessário ir para além do óbvio e por vezes não nos lembramos do “mas”. O limiano Daniel Campelo foi eleito no passado fim-de-semana líder do CDS do Alto Minho, poderia, por exemplo, ficar-me pela observação dos resultados no concelho de Viana do Castelo onde os votos brancos tiveram um peso substancial, poderia associar esse resultado às expectativas de uma candidatura de Daniel Campelo à Câmara de Viana do Castelo onde os apoios parecem não estarem reunidos nem dentro do seu partido, mas… Impõe-se o “mas”.
Vamos para além do imediato, da política interna dos partidos. Fixemo-nos em algo para o qual Campelo veio alertar com toda a razão, a falta de liderança, a falta de verdadeiros líderes no Alto Minho, líderes que façam lobby, sim lobby no centro de poder que é Lisboa. Líderes que consigam inverter os números, que ainda na passada semana o PSD Alto Minho veio divulgar publicamente, e que reflectem o período de bastante dificuldade que os alto-minhotos estão a viver e que faz disparar os que se socorrem da Caritas e de outras instituições para sobreviverem.
Se é a regionalização o caminho para inflectir este estado a que chegamos, não sei. Talvez até nem fosse necessária, se os nossos representantes na Assembleia da República fossem isso mesmo, representantes e não os exemplos dados na revista Sábado, também da passada semana, de deputados eleitos por nós que marcam a Assembleia da República como um barco marca o oceano…
Marca
A apetência pela participação política reside cada vez mais a um nível local. As pessoas localmente ainda se envolvem com a participação política, porque sentem que a sua participação é útil. E é por isso que a política local tem cada vez maior importância.
As comunidades diferenciam-se cada vez mais pela capacidade de projectar a sua cultura, a sua génese, o que as distingue das restantes. Veja-se o caso de Bilbau, em Espanha, que, apostando na cultura, se tornou numa referência mundial. Não será preciso seguir à risca tamanho exemplo, mas a politica de diferenciação cultural apostando na diferença, na qualidade, tornando a expressão cultural numa referência que vindo do local se projecta para além deste é o segredo para criar uma marca que se torne referência. É por isso que a criação de espaços culturais de referência é bem-vinda. Claro que não podemos cair no erro de criar só por criar. Deverá existir um plano de acção que não permita cair na tentação de aproveitar tudo o que os outros não quiseram e que no fundo para além da publicidade imediatista nada trazem para o futuro.
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