quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Artigo no Novo Panorama

Artigo publicado no Novo Panorama em07-02-2013






Desiludido

No meu último artigo sugeria ao leitor a apresentação da obra inédita de António Manuel Couto Viana intitulada "Para uma geografia literária do Alto Minho". Pelo que podia ler nas notícias, este livro, confiado ao Pelouro da Cultura do Município de Ponte de Lima para edição póstuma, seria uma obra que nos daria a conhecer alguns dos poetas e prosadores mais relevantes do entre Minho e Lima. A ideia era realmente boa…
Não pude ir à apresentação, mas conseguir adquirir um exemplar e confesso que fiquei desiludido. Pareceu que adquiri uma relação de nomes, alguns com uma brevíssima referência de três ou quatro palavras por vezes caídas sabe-se lá de onde. É um aglomerado de nomes que, sinceramente, me entristeceu, pois esperava mais.
Quer isto dizer que o Pelouro da Cultura do Município de Ponte de Lima fez mal ao editar este livro? Tal como está, talvez.
Leio com a minha filha o livro “Os Ciganos”, um conto inédito de Sophia de Mello Breyner Andresen, que algumas livrarias, nas suas páginas web, descrevem como um conto que se encontrava “inacabado, tendo Pedro Sousa Tavares, jornalista e neto da escritora, assumido a responsabilidade de continuar uma história sobre o irresistível apelo da liberdade, sobre a atracção pelo que está fora dos muros e pela descoberta do outro e suas diferenças”. Ou seja, estando inacabado, existiu a coragem de continuar o trabalho para produzir um livro digno, coeso, com princípio e fim.
O livro "Para uma geografia literária do Alto Minho" precisa urgentemente de quem lhe pegue, continue o trabalho e consiga fazer uma segunda edição, desta feita com mais informação sobre os poetas e prosadores alto-minhotos, não misturando o que não se pode misturar e relevando o que deve ser relevado. Um trabalho que poderia ser conduzido, por exemplo, por João Gomes d’Abreu que tem estado associado a títulos como “Figuras Limianas”.

Protocolo

Foi com satisfação que recebi a notícia de que seria assinado um protocolo entre a Irmandade de Santo António da Torre Velha e o Município de Ponte de Lima de forma a de, que, no futuro, o arquivo histórico dessa instituição para além de passar a ter uma política de preservação digital possa ser disponibilizado a toda a comunidade.
O Município de Ponte de Lima, através do seu pelouro da cultura, tem vindo a promover este tipo de protocolos com algumas instituições e arquivos particulares, seguindo uma política sensata que promove a preservação de um riquíssimo espólio informacional essencial para a investigação da nossa história colectiva.






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