Artigo publicado no Novo Panorama em07-02-2013 |
Desiludido
No meu último artigo sugeria ao leitor a apresentação da obra inédita
de António Manuel Couto Viana intitulada "Para uma geografia literária do
Alto Minho". Pelo que podia ler nas notícias, este livro, confiado ao
Pelouro da Cultura do Município de Ponte de Lima para edição póstuma, seria uma
obra que nos daria a conhecer alguns dos poetas e prosadores mais relevantes do
entre Minho e Lima. A ideia era realmente boa…
Não pude ir à apresentação, mas conseguir adquirir um exemplar e
confesso que fiquei desiludido. Pareceu que adquiri uma relação de nomes,
alguns com uma brevíssima referência de três ou quatro palavras por vezes
caídas sabe-se lá de onde. É um aglomerado de nomes que, sinceramente, me
entristeceu, pois esperava mais.
Quer isto dizer que o Pelouro da Cultura do Município de Ponte de Lima
fez mal ao editar este livro? Tal como está, talvez.
Leio com a minha filha o livro “Os Ciganos”, um conto inédito de
Sophia de Mello Breyner Andresen, que algumas livrarias, nas suas páginas web,
descrevem como um conto que se encontrava “inacabado, tendo Pedro Sousa
Tavares, jornalista e neto da escritora, assumido a responsabilidade de
continuar uma história sobre o irresistível apelo da liberdade, sobre a atracção
pelo que está fora dos muros e pela descoberta do outro e suas diferenças”. Ou
seja, estando inacabado, existiu a coragem de continuar o trabalho para
produzir um livro digno, coeso, com princípio e fim.
O livro "Para uma geografia literária do Alto Minho" precisa
urgentemente de quem lhe pegue, continue o trabalho e consiga fazer uma segunda
edição, desta feita com mais informação sobre os poetas e prosadores
alto-minhotos, não misturando o que não se pode misturar e relevando o que deve
ser relevado. Um trabalho que poderia ser conduzido, por exemplo, por João
Gomes d’Abreu que tem estado associado a títulos como “Figuras Limianas”.
Protocolo
Foi com satisfação que recebi a notícia de que seria assinado um protocolo entre a Irmandade de Santo António da Torre Velha e o Município de Ponte de Lima de forma a de, que, no futuro, o arquivo histórico dessa instituição para além de passar a ter uma política de preservação digital possa ser disponibilizado a toda a comunidade.
Foi com satisfação que recebi a notícia de que seria assinado um protocolo entre a Irmandade de Santo António da Torre Velha e o Município de Ponte de Lima de forma a de, que, no futuro, o arquivo histórico dessa instituição para além de passar a ter uma política de preservação digital possa ser disponibilizado a toda a comunidade.
O Município de Ponte de Lima, através do seu pelouro da cultura, tem
vindo a promover este tipo de protocolos com algumas instituições e arquivos
particulares, seguindo uma política sensata que promove a preservação de um
riquíssimo espólio informacional essencial para a
investigação da nossa história colectiva.
Sem comentários:
Enviar um comentário