segunda-feira, abril 25, 2016

Pensar Ponte de Lima - Artigo publicado no jornal Cardeal Saraiva a22/04/2016



Areal

Todos sabem que uma das vantagens competitivas de Ponte de Lima na captação de visitantes é a possibilidade do estacionamento gratuito possibilitado pelo areal. Várias vezes foram feitas propostas para revitalização desse espaço, umas propondo o encerramento do areal ao estacionamento, outras propondo estudar com os parceiros e agentes da comunidade (como a proposta do PSD, aprovada pela Assembleia Municipal e colocada na gaveta por Vitor Mendes e Gaspar Martins), outras ainda a limitar o acesso e estacionamento em alguns locais do areal, como junto à ponte medieval, (eu próprio sugeri isso em reunião da Assembleia Municipal, propondo ainda o encerramento do areal às autocaravanas e autocarros). Vitor Mendes, como sempre, recorreu ao seu argumento favorito, acusando-nos, a todos, de demagogia, de  estarmos contra o comércio, contra a vitalidade do centro histórico. 
Com a constante subida e descida do leito do rio, o areal passou a ser uma alternativa arriscada para o estacionamento. Por momentos, cheguei a pensar que tinha sido essa a verdadeira intenção de Vitor Mendes com a construção do açude da forma como o fez

Polémica, que polémica?

Não sei se o leitor ficou surpreendido, eu não fiquei. Vitor Mendes, em mais uma entrevista/intervenção ao programa da Rádio Ondas do Lima, Manhãs de Sábado, dirigido por Sá Lima, tentou menorizar a polémica da constante inundação da totalidade do areal. Para o presidente da câmara, não passa de uma polémica virtualpromovida pelos de sempre, demagogos, que apenas querem fazer aproveitamento político sobre algo que é normal. 
Diz Vitor Mendes que a memória é curta, que é normal a existência de variações do leito do rio e que, seste agora passa grande parte do tempo a ocupar o areal, deve-se ao facto de estarmos a viver um ano de chuva atípico, mas nada de anormal. Claro que a barragem de Touvedo como já não tem mais capacidade de armazenamento de águas também tem a sua cota de culpabilidade. E o açude? Aí já é outra história. O açude nada tem que ver com o problema, diz Mendes, aliás, este até tem a mesma cota do açude construído anteriormente...
É no mínimo interessante a argumentação/justificação do edil. Para eleos outros têm memoria curta em relação ao rio, mas foi ele quem decidiu fazer um açude como se o rio Lima tivesse perdido a força de outrora. Se a memória de Vitor Mendes não é curtapor que não se preveniram os “anos atípicos”? Por que será que apesar de gastar, em trabalhos extra mais 38% do que o previsto inicialmente na obra do açude, não conseguiu que a inundação do areal deixasse de ser uma realidade quotidiana…?
Talvez as respostas estejam também nas palavras ditas pelo presidente só quem não é de Ponte de Lima é que não sabe destas variantes…

Propaganda

A Câmara Municipal, ou melhor Mendes e Martins, sentindo a mudança que chega, tem investido, como nunca, em propaganda. No meu último artigo, partilhei com os leitores o ridículo de se fazer uma cerimónia com direito a fotografia devido ao "Alargamento da Atual Rede de Esgotos - Saneamento de Refoios - 1.ª fase”Ridículo por serem obras com um atraso de 20 a 30 anos… Presentemente, podemos ler e ver um vídeo onde o presidente da Câmara, muito orgulhoso, se passeia por um investimento que emprega 20 pessoas. Não, caro leitor, não é mau. Aliás, para a situação que se vive em Ponte de Lima, é muito bom. O problema é que, enquanto em Ponte de LimaVitor Mendes, o responsável máximo pela falta de capacidade de captação de emprego para o concelhose promovia à custa de uma empresa com 20 postos de trabalho, o concelho vizinho de Viana do Castelo anunciava a fixação de 2 empresas num investimento de cerca de 30 milhões de euros, que criarão 200 postos.
Esta inércia para captar investimentos que tragam mais emprego para o concelho já tinha sido visível aquando da visita do Primeiro-ministro. Nos Arcos de ValdevezAntónio Costa inaugurou uma empresa que, com um investimento de cerca de 25 milhões, irá criar trabalho para 100 pessoas, em Ponte de Lima inaugurou um museu 

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