sábado, abril 22, 2017

Assembleia Municipal de 22 de Abril de 2017


Na próxima terça-feira passam 43 anos sobre a revolução de 25 de Abril. Ao contrário de muitos concelhos em Ponte de Lima não teremos nenhuma cerimónia oficial pelo que aproveito esta Assembleia para assinalar a data. 

Já nasci em democracia. O PREC terminava, a democracia dava os primeiros verdadeiros passos, Portugal respirava de alívio por não ter caído numa guerra civil. Do tempo de antes do 25 de Abril apenas tenho conhecimento pelos livros de história e pelos testemunhos que vou ouvindo. Felizmente apenas sei viver em democracia, não equacionando outro tipo de regime, mas tendo plena consciência do esforço diário que é preciso ter para que não se volte ao obscurantismo que se viveu até então. 

A verdade é que a democracia constrói-se todos os dias, participando activamente nas associações, nos clubes, nos partidos, na comunidade. É preciso ter em mente que é um processo contínuo, que nunca chegará ao fim. Trabalhoso, na maior parte das vezes até custoso, porém necessário e que precisa do empenho de todos. 

Todos! Desde os que governam até aos que estão na oposição, todos são importantes no processo contínuo de construção de um regime democrático assente na paz, pão, povo e liberdade. 

É fácil culpar os políticos, os partidos, os movimentos por todos os males, por tudo o que ainda está por fazer, mas não será “culpa” de todos nós enquanto comunidade? Quando nos alheamos da política como é que queremos que esta seja diferente? Quando não votamos, quem é que escolhe os nossos representantes? Já dizia Martin Luther King “é sempre tempo de não deixar o silêncio dos bons ser abafado pela gritaria estridente dos maus”. 

Mas a evocação da revolução de Abril de 1974 faz-me também lembrar os muitos que, ao longo dos tempos de ditadura, lutaram pela liberdade, pela democracia, pela igualdade. Logo me vem à mente, por exemplo, o nosso conterrâneo General Norton de Matos, que neste ano comemoramos os 150 anos do seu nascimento, e todos os que em Ponte de Lima lutaram e acreditaram numa sua candidatura como factor de mudança. 

“Hoje vivemos na sequência de uma revolução conseguida sem sangue, que nos abriu caminhos de liberdade. Para que os possamos percorrer é indispensável o respeito absoluto das liberdades públicas e dos direitos cívicos…”, afirmou o fundador do meu partido, Francisco Sá Carneiro, em 1975. 

Lutemos para que Ponte de Lima seja exemplo no respeito absoluto das liberdades e dos direitos cívicos.


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