No Verão rumava religiosamente com a sua Palmira para Vila Praia de Âncora. Não tinha paciência para ficar estendido no areal, fazia várias vezes o percurso pela areia até à Gelfa. Quando voltava à “Rua”, na Além da Ponte, era detentor de uma cor dourada que durava e durava para inveja de muitos.
José de Matos Melo, o meu primo Zé, era como que o irmão mais velho do meu pai. Esteve sempre presente na minha vida, nos bons e nos maus momentos. Na Páscoa, a sua casa era referência para a família, o queijo limiano, o pão de ló e o cheiro a café feito como só os antigos sabem fazer.
Pequenos pormenores do seu viver ficaram e ficarão marcados na minha memória. Dois exemplos, os seus sapatos Oxford, que recordo sempre que compro uns, e a sua bicicleta, vinda dos seus anos ao serviço dos Correios. E como ele tinha orgulho desses anos, tal como tinha em ter aprendido a arte de carpinteiro com o meu avô, seu tio.
Teve uma participação cívica activa, ajudou a fundar em Ponte de Lima o PPD-PSD, foi um militante sempre presente, tendo desempenhado várias funções sem nunca esperar “lugares” ou honrarias. Foi membro da Assembleia Municipal, onde marcou a diferença pela sua intervenção sobre assuntos concretos, do dia a dia, dos seus eleitores. Durante vários anos integrou a Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia onde teve responsabilidades nas áreas de manutenção e obras.
Foi, acima de tudo, um homem de família. Dedicado e sempre prestável com um grande e profundo amor à mulher da sua vida, a Palmira.
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