domingo, agosto 08, 2021

Alto Minho, artigo de 04-08-2021

Estamos a encolher 

Parece que toda a “gente política” ficou chocada com os resultados dos Censos 2021. Não percebo o porquê do choque e até me questiono em que terra é que essas pessoas  têm vivido. Há já alguns anos que era bem visível para onde caminhávamos. No global, o distrito continua amarrado à máxima “distrito do litoral com indicadores do interior”. Já escrevia Luís de Camões em “Os Lusíadas” “fraco Rei faz fraca a forte gente”.

Se olharmos com atenção para os dados de Ponte de Lima, que perde na globalidade mais de 5% da população, verificamos que todas as freguesias seguem a tendência de decréscimo. Todas, não! A vila de Ponte de Lima aumenta quase 5% e a Feitosa chega quase aos 40 % de aumento. Porque será que essas freguesias estão em contra ciclo relativamente às restantes do concelho? Será que a política de ocupação de solos tem influencia? Consultem o PDM e planos de urbanização e talvez encontrem respostas.

Há uma verdade que em democracia é indesmentível, para o bem ou para o mal, a responsabilidade das opções passa pelas mãos do povo.


E ainda agora começou


A pré-campanha está a aquecer e não, não é pelo calor do Verão. Slogans que não passam de acusações aos adversários, guerra de posicionamento de cartazes (em cada esquina não é um amigo que se encontra, mas um qualquer cartaz), redes sociais invadidas por claques…


Mostrar o jogo


Com as listas a serem entregues e apresentadas, os “trunfos” de cada uma delas começam a ser divulgados. Para já, as melhores surpresas, e em várias listas, são as mulheres que aceitaram o desafio de as integrar. Das listas às Assembleias de Freguesia, às listas à Câmara e Assembleia municipais, é engrandecedora a sua participação que, mais que a ocupação de uma qualquer quota obrigatória, traz mais valia e valor acrescido às listas.


A força silenciosa 


A juventude parece, também, estar na moda. Uns candidatos apostam em fórmulas mais tradicionais de participação, com apresentações de propostas ditas de e para a juventude. Outros, não ficando pelas propostas, colocam os jovens em lugares potencialmente elegíveis, onde poderão fazer realmente a diferença.

O segredo estará em quem conseguir mobilizar esse eleitorado tendencialmente abstencionista.


“Ir a banhos”


No século XIX, muitos pediam autorização para construir uma barraca, junto ao rio Lima, para irem a banhos. Não tendo eu uma “barraca para banhos” irei estar nos próximos tempos de férias. Farei, assim, uma pequena pausa nesta crónica, desejando aos que fazem o favor de seguir este espaço umas boas e merecidas férias.