Orgulho
Foi o que senti ao ver milhares de professores, técnicos de educação e auxiliares na rua, manifestando-se e lutando por uma educação pública diferente, com investimento nos agentes educativos e nos alunos. Orgulho por ter visto por lá muitas caras minhas conhecidas, professores de escolas da nossa região, sem vínculos a velhas máximas sindicais ou a interesses partidários obscuros.
Vi meus antigos professores, que já não via desde os anos 90, a lutarem por “respeito”. Depois de anos e anos na docência, sentem-se desrespeitados, fartos de andar com a casa às costas, fartos de estar separados da família, fartos de ver o seu mérito e empenho ser barrado por regras cegas de falsas avaliações de desempenho que reduzem o seu vencimento e futura pensão. Foi arrepiante ver transeuntes, apesar do esforço do ministro da educação para colocar a população contra os professores e restantes agentes educativos, com cartazes improvisados a manifestar o seu apoio às cerca de 100 mil pessoas que se manifestaram nas ruas de Lisboa.
A manifestação do passado sábado só teve paralelo com a de 2008. Há, no entanto, uma diferença importante, ao contrário dessa, a deste ano, não teve autocarros fretados pelos sindicatos nem teve a convocatória de uma frente comum de sindicatos. Foi um pequeno e novo sindicato, o STOP, a convocar, e contou com a adesão massiva dos agentes educativos que se juntaram, cotizaram e se organizaram, um pouco por todo o país, para estarem presentes e darem a cara por uma luta que sentem que faz falta e que, acima de tudo, faz sentido.
Decisões
No início do mês, a Associação Desportiva “Os Limianos” fez 70 anos. Na passada semana, neste jornal, tivemos a possibilidade de ler uma reportagem sobre a celebração que marcou o dia do aniversário. Jaime Matos, o timoneiro de uma equipa que tem conseguido criar uma estrutura moderna, capaz de atender às necessidades de um grande clube representativo de um concelho, falou sobre as dificuldades desse trabalho e dos desafios que urge abraçar com ambição, para dar continuidade ao caminho que tem sido trilhado. O presidente da Câmara de Ponte de Lima, Vasco Ferraz, fez chegar, nas páginas do Alto Minho, palavras bastante ambiciosas, reconhecendo a “Os Limianos” a capacidade para subir dois patamares no futebol nacional.
É um desafio grande, mas nada como ter visão ampla e ambiciosa para o caminho que se poderá trilhar. No entanto, para trilhar esse caminho, é preciso tomar algumas decisões que, embora envolvendo o futuro do clube de Ponte de Lima, deverão ir para além deste. São resoluções que devem influenciar o futuro social e urbano da sede e do próprio concelho
Vasco Ferraz, antes de exercer o cargo de presidente da Câmara, foi vereador com o pelouro do desporto, pelo que estou certo de que já se apercebeu da necessidade de criar um espaço desportivo (chamem-lhe um parque desportivo) no concelho, com espaços quer para o futebol quer para outras modalidades como, por exemplo, o atletismo. O espaço parece ter sido encontrado entre o campo do Triunfo e a Expolima, entre a freguesia da Ribeira e a freguesia da vila de Ponte de Lima. O presidente anunciou como primeira “obra” o tão necessário melhoramento dos balneários e sanitários do campo do Triunfo. Há, no entanto, uma decisão que deve ser tomada o mais rápido possível, o estádio Municipal do Cruzeiro continua no espaço actual ou será deslocado para o tal “parque desportivo”? Só com essa decisão tomada é que se saberá que tipo de caminho se pode trilhar no clube mais representativo de Ponte de Lima.