Novo espaço público
Ainda não está confirmado mas pelo que se vai lendo e pelo que se vai verificando no local, os terrenos municipais, em Arcozelo, anunciados, outrora, como destinados a um parque de campismo, irão, afinal, albergar um espaço muito mais nobre. Um terreno público, ajardinado, com trilhos e árvores. Um espaço cuidado, em observância com as melhores práticas da arquitectura paisagística, que se tornará uma continuidade do Campo do Arnado, à saída da ponte medieval.
Terrenos que fazem parte de uma quinta com secular história, do tempo em que as grandes famílias nobilitadas não podiam ser donas de casas dentro das muralhas da vila de Ponte de Lima. Se mais não fosse, pela história que carregam, mereciam uma decisão como a que aparenta ter sido tomada. Já agora, seria ainda mais interessante se aproveitassem, por exemplo, os declives do terreno para criar espaços embutidos na natureza para lazer e desporto. Por que não um pequeno anfiteatro para peças de teatro ou concertos musicais, ou uma pequena quadra de basquete?
Depois do alargamento dos caminhos circundantes, este investimento torna aquela zona ribeirinha, a um passo do centro histórico, num dos mais importantes espaços de lazer e bem estar informal de Ponte de Lima.
Viver a Páscoa
Não, o tempo de Páscoa não tem nada que ver com ovos e coelhos. Por vezes, caímos no relativismo, no viver o imediato sem pensar. É interessante verificar como depois de anos de pandemia que impediram dar vida na rua às nossas tradições do tempo de Páscoa, quando se pensava, mesmo depois de terminadas as restrições, que as pessoas iriam virar costas a essas tradições religiosas, se verifique precisamente o contrário. A afluência no tríduo pascal, as eucaristias, Via Sacras e outras manifestações publicas de fé foram especialmente concorridas. Curiosamente já não são só as velhinhas, vestidas de negro, que participam na Via Sacra, são também os jovens que até trazem uma nova visão desse tempo de meditação.
Não sei se será algo que decorre após um tempo de encerramento que trouxe uma vontade exacerbada de viver intensamente, de sair de casa, de partilhar experiências. A verdade é que se nota uma mudança nos espaços católicos, mais que participar por obrigação, por “parecer bem”, as pessoas participam por vontade, por convicção. Dizem que são menos, talvez sejam, mas são mais esclarecidos e sem medo de dar a cara, vejam como os leigos têm um papel mais importante e fulcral nos compassos pascais que visitam as casas das comunidades. Assim se “viverá” mais a Páscoa.