domingo, novembro 12, 2023

Alto Minho, artigo de 09-11-2023

Senhoras e senhores, liguem os vosso motores…

Por Ponte de Lima a “corrida” para as próximas eleições autárquicas já começou. Ao contrário do que o presidente da distrital do PSD Alto Minho tinha sugerido, em entrevista a este jornal, o presidente da concelhia do PSD de Ponte de Lima afastou a possibilidade de coligação com o CDS-PP, anunciando que o cabeça de lista à Câmara Municipal é o anterior candidato e atual vereador, José Nuno Vieira de Araújo. 

Com 2 anos de trabalho pela frente, com o candidato definido e com uma liderança interna estável, que lidera há meia década, torna-se pouco ambiciosa a intenção do presidente social-democrata local ao declarar-se convicto de conseguir “pelo menos 11 candidaturas às freguesias”. 

Actualmente, o panorama político limiano é, basicamente, o seguinte: o movimento Ponte de Lima Minha Terra, após o afastamento do seu fundador e mentor, enquanto estrutura desapareceu, pelo menos publicamente. O PS já anunciou o fim do seu apoio a este movimento, e, depois de desaparecer do concelho nas duas últimas eleições autárquicas, perdendo a sua penetração e influência concelhia, espera agora que a maioria absoluta no governo de Portugal se reflita nas autárquicas (“spoiler”: não reflete). O “balão” eleitoral do M51 esvaziou completamente em 2021, ano em que muitos dos seus membros retornaram ao PSD de onde tinham saído. O CDS, embora mantendo o poder absoluto, foi o partido que mais votos perdeu nas últimas eleições autárquicas e corre contra o tempo sob uma bandeira que parece cada vez mais perto de ser apenas uma memória para os leitores. 

Neste contexto, o líder o PSD limiano deverá apontar para metas muito mais ambiciosas. Ter pelo menos candidaturas a metade das freguesias limianas, não se contentar com manter as actuais juntas de freguesia com a presidência social-democrata, mas aumentar o seu número, até porque, só assim, juntando à eleição dos seus membros, poderá conquistar uma maioria na Assembleia Municipal que permita ter verdadeira influência nas políticas concelhias. 


Um ano como antigamente


Este tem sido um Outono como já não se via há muito. Muita chuva, trovoada, vento… Os nossos ribeiros transbordam para os campos vizinhos, o nosso rio Lima ocupa a totalidade das suas margens. 

Um ano que remete para os longínquos Outonos e Invernos, que já só existiam nas recordações dos mais velhos, quando o atravessar da velha ponte medieval era encarado como uma luta, quase sempre perdida, contra a chuva e o vento. Ao mesmo tempo, por baixo dos arcos da ponte, nas agora escuras águas do Lima, os ramos e troncos seguiam vencidos pela corrente e redemoinhos. Nesse tempo, quando o rio descia, os pilares da ponte, normalmente, ficavam cobertos de lenha que muitos recolhiam para depois alimentar os fogões das suas cozinhas. 

Hoje ficamos pelo vislumbre de um rio que nos mostra que não está morto, que nos proporciona imagens que, se mais não for, nos fazem viajar no tempo.