domingo, fevereiro 11, 2024

Alto Minho, artigo de 08-02-2024

 A queda dos pilares

Desde há anos que vamos assistindo ao derrubar de alguns pilares que sustentam a nossa comunidade, a nossa democracia. Fomos assistindo e nada fomos fazendo. Persistimos nas nossas escolhas, aceleramos as nossas clivagens, perdemo-nos em discussões de assuntos ditos fracturantes, mas em nada importantes para a vida real das pessoas.

Primeiro, foi o pilar da educação. Os professores foram sendo proletarizados, desconsiderados, em consequência muitos foram abandonando a profissão. Hoje, nas escolas, faltam professores, a classe encontra-se desmotivada e poucos são os jovens que se querem dedicar à nobre missão de ensinar. Depois, o pilar da mobilidade. Uma das características dos regimes democráticos é a liberdade de movimento dos seus cidadãos. Depois da construção de milhares de quilómetros de rodovia, com a ajuda da crise energética e ambiental voltou-se a descobrir a ferrovia. Só que não. Em Portugal, ninguém tem a certeza de que realmente irá usar um bilhete de comboio acabado de comprar. A ferrovia tronou-se não sinónimo de pontualidade e previsibilidade mas de aventura, onde quem vai não sabe se volta. No final do ano passado, ruiu outro dos grandes pilares, o da saúde. Depois do interminável tempo de espera por cirurgias e da falta de médicos de família, eis que fomos confrontados com urgências e serviços, nos hospitais, encerrados por falta de médicos. Agora é o pilar da segurança a tremer. As forças de segurança têm feito, à imagem dos professores, enormes marchas de protesto, têm encontrado formas não convencionais para por em prática esse protesto. Tal como os professores, muitos destes movimentos surgem à margem dos movimentos sindicais ou associativos  tradicionais. 

A crise na habitação é uma realidade incontornável com grande repercussão nas cidades, empurrando os mais vulneráveis para a precariedade e periferia habitacional. A agricultura também saiu à rua. Seguindo os seus colegas europeus, os agricultores portugueses bloquearam algumas vias com os seus tratores. Ao contrário das outras classes profissionais, não foram necessários muitos dias para o governo manifestar a vontade de ouvir os lideres dos protestos. Os resultados para os agricultores, para além da retirada do espaço público dos seus tratores, só nos próximos tempos é que se poderá perceber se se refletem em algo verdadeiramente impactante na sua vida. O ordenado mínimo tem subido exponencialmente, mas isso não tem tido verdadeiro impacto, não significando um aumento do poder de compra. A classe média encontra-se cada vez mais próxima do ordenado mínimo, assistindo a uma redução abrupta do seu poder de compra, presa a uma asfixiante carga fiscal.   

Apesar desta situação que todos nós experimentamos no nosso quotidiano, o espaço mediático, embora tomado pelas eleições, não é aproveitado para saber quais as respostas a estes problemas. É melhor viver na artificialidade de estéreis problemas de engenharia política, de coligações, pseudo-coligações… Continuem assim a falar do nada e entretidos em bipolarizar discussões. Continuem sem olhar ao que interessa, depois, no dia 10 de Março, podem bater no peito, mas já será tarde.


Não é fácil



Nos últimos tempos, os jogos em casa do “Os Limianos" não têm sido fáceis para nós, os seus adeptos. Os jogos têm sido de luta constante até ao apito final. Mas, caro leitor, não é por falta de empenho ou por jogarem mal. É sempre um gosto ver a equipa jogar, por vezes falta é o factor que não depende dos jogadores, a sorte. 

Não posso deixar de salientar que em lugares chave estão, também, jogadores de Ponte de Lima, muitos deles da escola do clube. No jogo de domingo, o Zé Pimenta, o Vasco Costa, o Cláudio Dantas e o Zé Pedro foram, nas suas posições, fundamentais para a vitória do clube de Ponte de Lima. O “Os Limianos” é o actual 4 classificado da série A do Campeonato de Portugal e representa e bem o concelho limiano com jogadores da “terra”.