domingo, maio 26, 2024

Alto Minho, artigo de 23-05-2024

Cada vez mais perto

Estamos cada vez mais perto das eleições autárquicas. Os partidos já deveriam estar no “terreno”, as equipas a ser formadas. Provavelmente, é o que já se vai passando em todos os concelhos do Alto Minho. 

O presidente da distrital do PS, Vitor Paulo Pereira, afirmou a este jornal que os socialistas estão a trabalhar para “escolher pessoas com provas dadas na política e na vida profissional”. Falou de vários concelhos, nomeadamente dos que os socialistas lideram. Nesses será mais simples, com a excepção de Paredes de Coura que ele próprio lidera, porém, como não se pode recandidatar, já anunciou o candidato a sucessor, a recandidatura dos actuais presidentes é a tónica. Mas, e os outros concelhos, como o de Ponte de Lima, por exemplo? No concelho limiano, o PS desapareceu autarquicamente, em 2017. Nas freguesias, na Assembleia Municipal, na Câmara Municipal não existem eleitos do PS, apenas eleitos do movimento independente “Ponte de Lima Minha Terra” que o PS apoiou. A “marca” desapareceu do mercado e o mercado parece tê-la esquecido. Inverter o caminho não parece fácil, ainda para mais quando a liderança socialista local não parece capaz de a fazer reaparecer. Quantos dos leitores sabem quem lidera o PS limiano? Quem se lembra de uma posição, de uma ideia socialista para o concelho de Ponte de Lima nos últimos 5 anos?


Conhecer o “terreno”


Quando as estruturas nacionais dos partidos, em iniciativas eleitorais, se deslocam ao terreno deveriam estudar a realidade local. Quando estas não o fazem, devem ser as estruturas locais a chamar a atenção para o que se passa. Se não o fizerem, correm o risco de transformar um momento que se esperava de mobilização, em desilusão e desmobilização. 


Polémica com um painel da exposição Viana Florida



O Bloco de Esquerda e a Câmara Municipal de Viana do Castelo envolveram-se numa polémica por causa de um painel que continha a imagem da visita que Américo Tomás, então presidente da República do Estado Novo, e a sua esposa Gertrudes Tomás fizeram, no ano de 1959, a Viana do Castelo. A acompanhar a imagem surgia a frase “Mesmo que se diga que, por detrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher, na realidade, é a partir do poder feminino da reconciliação, do criar e gerir, que nasce um grande homem.”. O Bloco de Esquerda de Viana do Castelo tornou público um comunicado onde condenava “esta visão que a Câmara Municipal de Viana do Castelo tem da mulher, como também o facto de utilizar uma imagem que revisita uma altura em que as mulheres não tinham quaisquer direitos”. 

O painel foi retirado, mas poderá ser substituído. De certeza que existirão fotografias do executivo municipal de 1974. Nelas encontrarão a imagem de Genoveva Marques Proença de Oliveira Amaral e de Maria Augusta Pereira d`Eça d`Agorreta d`Alpuim, não por serem mulheres de algum membro da Câmara Municipal, mas porque exerciam o cargo de vereadoras no executivo. Seria uma forma de promover não só o tema da exposição, como a memória da participação das mulheres na causa pública no concelho vianense.