Opinião dos nossos representantes
Três dos deputados eleitos pelo Alto Minho têm partilhado a sua opinião neste semanário. É de saudar a iniciativa aqui da “casa” e a adesão dos deputados, José Maria Costa, Emília Cerqueira e Eduardo Teixeira.
No último número foi a vez de Eduardo Teixeira escrever abordando um assunto importante, o da sustentabilidade do sistema de pensões. Obviamente que não se estava à espera de ler nesse artigo a solução para o problema, mas fica o alerta para manter o assunto no ordem do dia. Por vezes, só mesmo quando estamos a cair no precipício é que percebemos a sua existência. Em França, por exemplo, o aumento da idade de acesso à pensão, que passou recentemente para os 64 anos, foi um dos temas abordado na última campanha das eleições legislativas. E por cá, quando foi a última vez que se ouviu um debate onde o tema da sustentabilidade do sistema de pensões foi abordado? Não é só afirmar que a idade de acesso às pensões deve ser menor, ou que o valor das pensões mínimas deve ser equiparado ao do ordenado mínimo. O que propõem para que esses objetivos possam ser atingidos sem afectar o direito às pensões das gerações futuras? Existirão questões ideológicas pelo meio? Certamente que sim, mas o debate deve ser feito para que os eleitores percebam as escolhas que têm de fazer. Eduardo Teixeira terminava o artigo desejando que no “debate do Estado da Nação” se começasse a consensualizar opiniões sobre este assunto. Não, não se começou. Aliás, nem nesse assunto nem em mais nenhum. O referido debate apenas serviu para a frivolidade do jogo político.
Infelizmente, a maioria dos partidos perde muito tempo a debater assuntos menores e a produzir frases chave para as redes sociais ou para os canais televisivos de notícias, mas parecem esquecer os temas verdadeiramente importantes para a vida das pessoas.
Histórias
A História das comunidades é feita de várias histórias, de vários protagonistas. Não são só os políticos ou os dirigentes sociais ou associativos que a produzem. Na passada Feira do Livro de Ponte de Lima foi apresentado um livro, “Balada do rio Trovela”, da autoria de Mário Leitão, nele, de uma forma romanceada, é relatada uma história dessas, das que faz a História.
No livro ressalta a capacidade de organização, união, a lição de altruísmo dada pela comunidade limiana. Em traços muito breves, trata-se da história de uma jovem que, nos meados dos anos 70 do século passado, num tempo em que ainda só se falava na necessidade de criar um serviço nacional de saúde, universal, geral e gratuito, precisando ser submetida a uma intervenção cirúrgica ao coração, apenas possível em Espanha e com um custo enorme, conseguiu no espaço de semanas unir toda a comunidade na busca de uma solução que lhe salvasse a vida. A verdade é que em tempos onde não existiam auto-estradas, nem Internet, onde a comunicação ainda era feita apenas por carta ou telefone, onde a fronteira entre Portugal e Espanha era uma realidade, apesar disso tudo, foi possível unir vários meios humanos e sociais e levar a bom porto aquele desiderato.
A História da vida da nossa comunidade é feita assim, de conjuntos de pequenas grandes histórias, de momentos onde a capacidade humana é testada e onde a as pessoas se mostram à altura, sem hesitações, sem medos das provações.
Fica a sugestão para uma leitura de férias!
Por falar em férias
É chegado o tempo em que se pode fazer um pouco daquilo que durante o ano foi sendo adiado. Chegaram as férias e com elas chega também um tempo de pausa para este espaço. Voltar-nos-emos a encontrar em Setembro. Boas férias!