Assim foi Agosto
Durante as férias foram vários os acontecimentos que marcaram a vida da nossa comunidade. Deixo quatro.
Agosto fica marcado pela partida de Manuel Pimenta. Reputado farmacêutico e analista da nossa região, criador de vários postos de trabalho, tornou-se exemplo de dádiva ao outro com vasta obra altruísta que encontrou o seu expoente máximo na obra social realizada na Guiné. Ficarão para sempre marcadas na minha memória as palavras que me dirigiu, sem que a isso fosse obrigado, aquando de um momento difícil. Foram um bálsamo que me ajudou nesse momento. Fica para sempre o seu exemplo.
Ficamos a saber que o Município de Ponte de Lima irá avançar com uma obra estruturante na maior entrada da vila limiana. Este executivo demonstra a coragem e arrojo que outros não tiveram. A entrada na vila, após a ponte de Nossa Senhora da Guia, será beneficiada pela alteração da via e o alargamento da zona fronteira ao Teatro Diogo Bernardes. Apenas se espera que as obras sigam o mais rapidamente possível e que sejam realizadas de forma a minimizar os constrangimentos que os utilizadores e comerciantes terão de enfrentar. As obras na rua General Norton de Matos poderão servir como exemplo do que não pode acontecer.
Já o velho dito popular afirma que “o que nasce torto tarde ou nunca se endireita”. O processo de concessão dos transportes públicos no Alto Minho segue para um terceiro concurso. O novo concurso, se tudo correr bem, apenas terá lugar em 2025 e, sim, agora alguns autarcas começam a suar porque será ano de eleições autárquicas. O medo desta novela ter repercussões eleitorais poderá ser o tónico que leve, finalmente, a bom porto, neste caso a bom terminal rodoviário, o concurso dos transportes públicos do Alto Minho. Entretanto fica a pergunta, a Câmara Municipal de Viana do Castelo, ou, eventualmente, a CIM, já encontrou uma resposta para os utentes que fazem o movimento pendular, em transporte público rodoviário, entre o nosso distrito e a cidade do Porto?
Foram várias as criticas ao estacionamento selvagem bem no centro da vila de Ponte de Lima. Na sombra dos Paços do Concelho, o estacionamento ocupou vários dias os passeios da Praça da Republica junto à Fonte da Vila. Esta situação faz questionar se a PSP, tão solicita durante o resto do ano, quando a vila já hiberna, a multar os residentes que por lá param (não estacionam) a viatura, deixou de ter os meios para a sua actuação. Não teria efectivos para patrulharem aquela zona, de forma apeada, para que a sua presença fosse um motivo dissuasor do estacionamento?
Feiras Novas
Oficialmente começou ontem a última das maiores festas do Alto Minho, as Feiras Novas. Longe vão os tempos em que ranchos de gentes vindas das montarias do concelho limiano e vizinhos desciam à festa, pernoitando nos alojamentos nos arrabaldes da vila. O da Além da Ponte era dos mais procurados. As noites eram vividas ao som das castanholas, concertinas, gaitas de foles e cavaquinhos que promoviam a dança durante quase toda a noite. Eram três dias de festa, de negocio, de religiosidade. Já não é assim, a roda do tempo não para…
As pessoas continuam a vir, e vêm de muito mais longe, as festas, entretanto divididas em várias mini festas, continuam a ter algum do peso da tradição, mas, cada vez mais, de forma “enlatada”. As mudanças são muitas. Alguns limianos até já aproveitam as festas para saírem do concelho por sentirem que as Feiras Novas já não são para os limianos.
Continuo a considerar as Feiras Novas como um momento de festa, de limianismo embora já sem capacidade, ou será vontade, de esperar uma ou mais horas ao sol para ver passar um cortejo que dura quase quatro horas. Para mim, o importante são as rusgas e as concertinas continuarem a percorrem as ruas e largos do centro histórico, o som das bandas de música a “inundar” o largo de Camões, os garranos e bovinos na zona de São João e, no último dia, a procissão em honra de Nossa Senhora das Dores a percorrer as ruas do centro histórico.
Este fim de semana já sabe, caro leitor, encontramo-nos algures junto a uma concertina numa qualquer rua ou largo de Ponte de Lima.