sexta-feira, novembro 18, 2005

Diário do Minho 2005

Eleições Autárquicas em Ponte de Lima

Aproximam-se as eleições autárquicas e, em Ponte de Lima, tal como nos outros concelhos, as movimentações políticas são muitas. Estas eleições adivinham-se as mais disputadas dos últimos tempos.
Depois de quatro anos mornos, os partidos da oposição surgem de uma forma gradual mas aparentemente forte. Os dois maiores partidos da oposição, o PSD e o PS, surgem com candidatos à Câmara Municipal que são precisamente os seus líderes locais, Manuel Trigueiro pelo PSD e Montenegro Fiúza pelo PS. Desta forma capitalizam algumas vantagens, nomeadamente a de terem o partido e as juventudes partidárias. O PS até refundou a JS local à sua imagem e em seu torno.
Os principais partidos da oposição estão notoriamente aptos a fazer frente à candidatura do CDS/PP. Na obstante de se ter que esperar pela campanha eleitoral e posteriormente pelo resultado das eleições para que se perceba até que ponto estes partidos conseguiram tornar estas circunstâncias numa verdadeira vantagem, ter um partido com um candidato que é ao mesmo tempo o seu líder, ter as juventudes partidárias, que deverão ser os pontas de lança dos partidos conferindo-lhes a irreverência e o desprendimento característicos da juventude, a reflectir a candidatura são circunstâncias que dão um empurrão objectivo no caminho certo, na mobilização das pessoas em torno de um projecto reflexo das ideias que os respectivos partidos têm para Ponte de Lima.
Há uma necessidade premente de um debate de ideias sério, um debate onde os limianos consigam aperceber-se do que significa, para a nossa terra, votar em determinado partido. Um debate onde os respectivos líderes dos diferentes projectos não se auto-excluam, no passado o actual presidente da Câmara fê-lo ao não participar num debate organizado pela nossa rádio local, a ROL. A necessidade de partidos fortes na oposição, com ideias e com vontade de intervir activamente é imperativo. Neste momento, provavelmente mais do que em qualquer outro, os ditos partidos têm todas as condições para assim procederem e a expectativa de que isso venha a acontecer é enorme. Num artigo anterior, fazia o apelo a que as juventudes partidárias voltassem a intervir publicamente, apelava à necessidade de os jovens se manifestarem sobre aquilo que querem para o seu concelho. Não se espera outra coisa das juventudes partidárias que não seja a sua convicta intervenção, livre de pressões, e, ao serem reflexo dos líderes dos seus partidos e candidatos à Câmara, têm a responsabilidade acrescida uma vez que ao apresentarem as suas ideias estas podem vir a ser incluídas nos respectivos manifestos eleitorais. Não se pense porém que isto basta, é necessário que não se deixem ficar apenas pelo papel e, acabadas as eleições, independentemente dos resultados, lutem para que essas ideias se tornem realidade.
Estou convicto de que, se existir uma optimização destes factores, haverá certamente um bom debate sobre Ponte de Lima e o seu caminho futuro. Os cabeças de lista à Câmara Municipal e líderes dos principais partidos da oposição têm tudo para melhorar os resultados dos seus partidos em relação ao passado. A candidatura de Daniel Campelo tem, aparentemente, uma boa luta pela frente.
Assim aconteça, porque só irá beneficiar o debate democrático sobre o futuro da nossa terra limiana.

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