sexta-feira, dezembro 30, 2005

Alto Minho artigo 30-12-2005

Desnorte II

Manuel Trigueiro no seguimento da polémica gerada nas últimas semana deu uma entrevista ao jornal Alto Minho.

O presidente da concelhia do PSD de Ponte de Lima perdeu mais uma oportunidade de demonstrar outra abordagem à política. Revela a sua fraqueza de posição, por exemplo, ao sacudir a responsabilidade que tem na liderança dos últimos quatro anos do PSD local. Não pertencia ele à comissão política anterior como vogal mas agindo quase sempre como se fosse o presidente? Um dos seus vice-presidentes não é o anterior presidente? Não fazem parte da sua comissão política basicamente os mesmos membros da anterior? A resposta é positiva em todas as questões.

Assumiu a responsabilidade dos desastrosos resultados eleitorais, mas apenas no campo teórico, na prática procura avidamente responsáveis nem que para isso tenha que percorrer os bosques das redondezas. É lamentável a tentativa de se amarrar desesperadamente a uma desculpa.

O PSD, por todos os que lhe deram parte da sua vida ao longo das últimas 3 décadas no intuito de construir um partido sólido, com uma base de apoio que perpassasse todo o concelho, merece mais, muito mais. Aliás, Ponte de Lima merece mais. Só com um PSD forte, sem receio de fazer uma oposição firme e construtiva, com um projecto sólido e bem definido, com uma liderança virada para a sociedade e não para o seu umbigo, poderá reagir a esta letargia a que tem sido votada nos últimos anos.

“Ser ou não ser, eis a questão:
Se é mais nobre no espírito sofrer
As fundas e flechas da fortuna ultrajante
Ou brandir armas contra um mar de agravos,
E, opondo-os, fazê-los cessar.”

In Hamlet de William Shakespeare


Centro de reabilitação para cidadãos portadores de deficiência

A câmara de Ponte de Lima quer construir durante este mandato um centro de reabilitação para os cidadãos portadores de deficiência. O terreno foi adquirido, o projecto está feito e por declarações do Presidente da Câmara Municipal poderá avançar mesmo sem financiamento do governo. É uma boa notícia, no entanto, é pena não se especificar quem vai gerir este Centro, será a Câmara Municipal?

Festival de Jardins

O seu director, Francisco Calheiros, fez saber que para o próximo ano há já 19 inscrições. Para a organização este é um factor de sucesso. Algumas delas são inclusive de países com tradição neste tipo de festivais e que foram, aliás, inspirações para o de Ponte de Lima. Nada a comentar, aliás, depois do investimento, todos esperamos que o festival tenha o maior dos sucessos. Talvez assim possa contribuir para ajudar a actual parca economia limiana.

Tudo ia bem até que o director, que é também o responsável pela TURIHAB, refere que outro dos objectivos será o de alargar este festival aos jardins das casas ditas tradicionais, ou seja as de turismo de habitação, ou seja as dos membros da TURIHAB. Estranho o facto. Não existirá aqui algum tipo incompatibilidade? Em todo o caso, se o festival realmente se estender às tais casas ditas tradicionais, o custo deste alargamento certamente ficará a cargo dos donos das casas e não dos contribuintes, certo? O senhor director, por lapso certamente, não especificou este pormenor.

Crónicas de um outro tempo

Este é o título de uma obra, para já com dois volumes, de José Ernesto Costa. O primeiro volume foi apresentado no ano passado o segundo no dia 17 deste mês. A temática tratada não poderia ser melhor. Aliás, era uma lacuna de que a memória limiana carecia de preencher. Pequenas grandes peripécias de muitos “nomes sonantes” para todos os limianos são contadas, retratando, no fundo, a vida colectiva de Ponte de Lima.

Uma visão da história que cativa não só aqueles que a viveram mas também aqueles que são filhos dos protagonistas. A não perder.

Sem comentários: