sábado, janeiro 21, 2006

Alto Minho artigo 21-01-2006

Será a morte do Centro Histórico?

A crescente oferta de novas habitações, inevitavelmente prédios, nas freguesias circundantes; a inexistência de oferta habitacional moderna no centro histórico; a impossibilidade de reconstruir quer pelos preços incomportáveis, quer pelos entraves burocráticos são factores que, associados a mais alguns, têm conduzido ao envelhecimento da população e consequentemente à desertificação humana. A deterioração é cada vez mais crescente no parque habitacional do Centro Histórico. Os jovens quando pensam em adquirir casa própria na vila de Ponte de Lima nunca lhes ocorre uma no Centro Histórico, seria um “luxo” para o qual eles, por norma, não estão financeiramente habilitados, nem mesmo os que sempre lá residiram. Uma grande parte das famílias ainda lá reside, porque nunca teve a oportunidade de se mudar para um dos novos blocos de apartamentos na Feitosa e na Graciosa .
Fazem falta medidas para inverter esta tendência suicida: implementação de realidades tão em voga noutros Centros Históricos como a disponibilização de postos Wireless para acesso à Internet gratuitamente, disponibilização da televisão por cabo, desburocratização de todo o processo de obras e o incentivo de cariz fiscal ou subsidiário a que estas se realizem, incentivo à habitação própria para os jovens. Todos estes aspectos são exequíveis, se existir a verdadeira consciência de que a actual situação não irá melhorar só por si.
Esperemos que a construção de um novo parque de estacionamento na área de S. João não seja sinónimo da proibição unilateral do estacionamento no areal, pois isso seria a condenação à morte do Centro Histórico. Significaria o golpe de misericórdia ao comércio tradicional que aí labuta e, que na realidade, é quem contribui para a pouca vida que o Centro Histórico tem.

Procura-se

Hoje em dia, infelizmente, o Natal é precedido pelo “bombardeamento” da personagem Pai Natal. Passado o Natal, esta personagem logo desaparece para satisfação de alguns. Também na vida política há intervenientes que, com o aproximar das eleições, se fazem notar até à exaustão para logo de seguida desaparecerem. Ainda há poucos meses se realizaram as eleições autárquicas. Destas saíram muitas surpresas, umas mais agradáveis, outras menos. Alguns, logo na mesma noite, não se coibiram de afirmar que tinham escrito uma página na história. Não seria tanto assim, mas, realmente, tinham saído bem das eleições e parecia que tudo iria ser diferente a partir de então. O ânimo da noite eleitoral parece, no entanto, ter esmorecido. Até quando irá durar o estado de graça do actual executivo? Urge a participação firme dos eleitos, uma participação que não fique pela virtualidade, já que para isso foram eleitos. É que essa participação seria, em princípio, boa para Ponte de Lima. Começa-se a temer que o embrulho não corresponda ao presente.
Será da estratégia do PS? Continuaremos à procura…

VALIMAR ComUrb

Foram eleitos os membros da Assembleia da Comunidade Urbana (Comurb) VALIMAR, conseguindo a maioria absoluta no órgão deliberativo o PSD. Num total de 19 mandatos, este partido totalizou 10, o PS 7 e o CDS-PP 2.
Este poderá ser o primeiro verdadeiro mandato e o último, pois quase todos os partidos foram unânimes, nas ultimas eleições, ao afirmarem que iriam fazer tudo para que no Alto Minho apenas existisse uma grande comunidade. Haja a coragem politica de caminhar rapidamente nesse sentido. Seria salutar que estes novos eleitos começassem por dizer aos cidadãos, que os elegeram para as respectivas Assembleias Municipais, o que irão fazer nesse sentido. Será muito mais difícil explicar, posteriormente, o porquê da região do Alto Minho continuar no fim dos indicadores económicos e sociais do país. Isto por não se ter encontrado uma plataforma de entendimento, preferindo ceder a alguns devaneios de cariz partidário. A região do Porto poder-se-á tornar num pólo ainda mais aglutinador de decisões e meios ao qual se associará a toda poderosa região de Braga, relegando o dividido Alto Minho para uma periferia que em nada, mesmo nada, favorecerá os poucos cidadãos que restarão na nossa região.
Talvez os representantes limianos nessa assembleia possam dar o exemplo do caminho a seguir.

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