sábado, fevereiro 25, 2006

Alto Minho artigo de 25-02-2006

O adeus aos Ralis

O Campeonato Nacional de Ralis de 2006 parte para a estrada esta sexta-feira, dia 24 Fevereiro, com o Rali Casino da Póvoa. Depois de duas décadas a albergar provas nacionais e internacionais, desde 2003, o concelho de Ponte de Lima deixou de ser uma das “mecas” dos ralis em Portugal. Primeiro as provas internacionais, depois as nacionais, todas deixaram os percursos limianos. É pena que os responsáveis autárquicos tenham deixado de ver nestes eventos desportivos como uma boa forma de promoção de Ponte de Lima.

Fica a nostalgia do último rali que passou nas nossas florestais, precisamente o rali Casino da Póvoa, que nesse ano contou, inclusive, para o europeu da modalidade.

Aos aficionados restam os treinos que várias equipas nacionais e internacionais realizam em Ponte de Lima, atestando assim a qualidade das suas florestais para a competição.

Fica a saudade.

Novas Feiras Novas

O pelouro da Cultura, no intuito de promover o fim-de-semana Gastronómico e utilizando o pretexto dos 180 anos da autorização para a realização das Feiras Novas, irá realizar uma festa evocativa imitando as festas do concelho de 1826. A ideia é boa, mas talvez um pouco abusiva. Se por um lado casa na perfeição o que de melhor Ponte de Lima tem para dar, por outro, a tentação de banalizar as festas do concelho poderá ser muito forte. A ideia de repetir já no próximo ano não tem sentido algum, tal como no Sarrabulho, é preciso ter algum cuidado e recato. Se querem festa, muito bem, façam-na. Mas deixem de fora o nome Feiras Novas.

Assembleia Municipal

Na Assembleia Municipal limiana a maioria absolutíssima dos seus membros é afecto ao partido que detém o poder na Câmara Municipal. Este facto reduz para praticamente zero a margem de manobra dos partidos da oposição. A decisão foi dos cidadãos, mas, e bem, há membros que não se intimidam com este factor, uns isolados, outros sobre a chancela partidária vão questionando o edil. Umas vezes propondo, outras vezes observando, outras ainda questionando. A última Assembleia foi disso exemplo e assim é que deve ser.

Parece que alguns reencontraram o caminho que os eleitores lhes traçaram. Só foi pena que, depois de ultrapassadas as reticências do PS em relação à forma da moção de Abel Braga na qual rejeitava o fecho da PSP, a moção não tenha sido aprovada por unanimidade, e que o Presidente da Câmara não tenha esclarecido devidamente se a construção de Centros Educativos é indicativo do efectivo fecho de algumas escolas. Talvez o facto de ter de explicar algumas das localizações dos referidos Centros tenha pesado nessa omissão.

Intervenção cívica ou a prática da cidadania

"Os indivíduos têm direitos, e há coisas que nenhuma pessoa ou grupo pode fazer-lhes (sem violar os seus direitos)"

Robert Nozick In Anarchy, State and Utopia


Faço parte de uma geração que toda a vida viveu em democracia, não fazendo sequer sentido equacionar outro tipo de organização social. Por ter nascido nos anos em que Portugal dava os primeiros passos em democracia, nunca poderei gritar aos quatro ventos o argumento da luta antifascista, como muitos fazem, nem o de ser militante de algum partido desde os idos de 70, geralmente estatuto de superioridade sobre esses “cristãos novos” dos partidos.

Sendo que a democracia é inseparável da cidadania, vejo-me na obrigação de intervir civicamente. Como gosto da minha terra, orgulho-me de ser limiano. A minha intervenção cívica passa, essencialmente, por Ponte de Lima. Desde alguma militância partidária activa, até ao uso do meu direito a ter opinião, tenho feito o possível para participar na vida cívica limiana. O meu objectivo é esse, participar activamente, seja com ideias, com opiniões ou criticas, não me prendendo a fátuas fidelidades caninas.

Tal como a democracia me dá o direito a exprimir a minha opinião também dá o direito a quem não gostar dela de, simplesmente, não a ler.

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