segunda-feira, maio 08, 2006

Alto Minho artigo de 08-05-2006

Será o custo da ruralidade?

O governo PS parece querer encaminhar o Hospital Conde de Bertiandos para o princípio do seu fim. Com as notícias preocupantes sobre o encerramento das urgências durante o período nocturno, veio a público o que a custo se tinha tentado escamotear. Vejam-se os casos de encerramento das consultas externas de valências como Pediatria ou Cirurgia. Aos poucos foram fechando serviços, alguns exames deixaram de ser feitos em Ponte de Lima. “Agora só em Viana” - dizem. As pessoas foram-se habituando ao ritmo dos encerramentos. Habituando, mas não conformando. Note-se. Agora querem acabar com o Serviço de Atendimento Permanente durante o período nocturno. Não será esta a gota de água?

É tempo de definições, não de hesitações!

Que fique claro, principalmente para alguns, que não está em causa qualquer tipo de concurso para ver quem intervêm primeiro, mas a Assembleia de Freguesia de Ponte de Lima foi, realmente, a primeira Assembleia no concelho a insurgir-se contra o que se está a passar no hospital. A Assembleia Municipal, no dia 29, também o fez, a Câmara Municipal parece, também, associar-se. As restantes freguesias também o virão, certamente, a fazer.

O presidente da Assembleia Municipal de Ponte de Lima reúne-se hoje, segunda-feira, com representantes da ARS Norte, da Sub-Região de Saúde de Viana e da administração do Centro Hospitalar do Alto Minho. Esta reunião não poderá ter como objectivo único conhecer as orientações do Ministério da Saúde. É preciso vincar que as populações já se ressentem com a deslocação de serviços. É preciso que saibam que os cidadãos alto-minhotos não percebem como foi possível gastar tantos milhares de euros na requalificação do hospital para que, de repente, ao invés de apostar em novos serviços, lhe sejam retirados, aos poucos, os que nele actuavam.

A diminuição dos gastos parecem justificar tudo para este governo. Haverá alguma outra justificação além das questões económicas para a retirada de serviços do Hospital Conde de Bertiandos? Infelizmente a resposta parece ser não.

Acção, reacção

Na semana passada, podia-se ouvir em algumas rádios locais que Monção lutava pela manutenção das urgências 24 horas por dia. Desde o envio de uma moção, aprovada por unanimidade na assembleia Municipal local, ao primeiro-ministro José Sócrates até a um abaixo-assinado que estava a circular por todas as freguesias do concelho, eis algumas das acções de contestação que a Câmara Municipal tem liderado. Um, dentre os argumentos que se podiam ouvir, era o de Monção ser o quarto concelho mais populoso do distrito de Viana do Castelo.

Ponte de Lima é o segundo mais populoso. O seu hospital serve habitantes do próprio concelho, de Paredes de Coura, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e inclusive de Barcelos.

Talvez seja tempo dos cidadãos não ficarem impávidos e serenos. Talvez seja tempo dos cidadãos cerrarem fileiras com os seus representantes e lutarem para não assistirmos a mais um encerramento.

Os cidadãos que são servidos pelo hospital de Ponte de Lima merecem ver esses serviços melhorados e não retirados.

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