segunda-feira, julho 03, 2006

Alto Minho artigo 03-07-2006

E de "micro-ondas" não passou

Precisamente há um ano discutia-se em ponte de Lima o edifício que nascera junto ao Arquivo Municipal. Discutia-se a sua forma, a sua utilidade a sua pertinência. Os apelidos foram surgindo e no imaginário limiano logo ficou conhecido como "micro-ondas". Aquando da sua inauguração, feita ao mais alto nível pelo Presidente da Republica, o Presidente da Câmara deu conhecimento público que o edifício não seria o domicílio do posto de Turismo, que funcionaria, afinal de contas, no Paço do Marquês. O novo edifício seria o rosto de um novo conceito de interacção com o turista, proporcionar-lhe-ia um espaço para que este não se desligasse dos seus negócios.

Daniel Campelo justificava a obra, que custou 862 mil euros e que era o resultado de um estudo urbanístico da área, com o facto de, no passado, a ligação entre o antigo Largo da Regeneração e o Largo da Lapa ser feita por uma escadaria com 12 cruzes denominada Calvário, e que entretanto fora demolida. Isto é, um dos principais objectivos do projecto era permitir criar novos espaços pedonais. 862 mil euros para criar um novo espaço pedonal de 70 metros… Realmente é obra.

Passado um ano chega a altura de perguntar o que é afinal aquele edifício? Quantos turistas o utilizaram para se manterem "ligados aos seus negócios"? Já agora, não sairia mais barato e agradável a reconstrução de uma nova escadaria, de preferência sem o edifício? Finalmente, alguém pode explicar para o que realmente serve aquele edifício?

E os Jovens limianos?

400 jovens do distrito de Viana do Castelo, ao abrigo do programa Voluntariado Jovem para as Florestas, vão vigiar as florestas para prevenir e detectar focos de incêndio. 400 jovens e nenhum deles de Ponte de Lima. Porquê? Porque a Câmara de Ponte de Lima não se candidatou ao projecto, sendo a única que o não o fez dentre as autarquias dos 10 concelhos do distrito de Viana.

Ora aí está mais um tema em que as juventudes partidárias do concelho deveriam tomar uma posição. Todos os outros concelhos do distrito de Viana do Castelo incentivam a participação cívica dos jovens, especialmente numa tarefa tão importante como a prevenção dos fogos florestais.

O concelho limiano foi, nos últimos anos, um dos mais massacrados pelos fogos florestais o que torna ainda mais incompreensível Ponte de Lima ficar de fora deste programa. Será que para a Câmara Municipal de Ponte de Lima quanto menos os jovens participarem na vida comunitária melhor ? Talvez não acredite na juventude do concelho. Achará, o Pelouro da Juventude, que os jovens limianos são de tão maneira egoístas ao ponto de não aderirem a esta iniciativa?

Oposição

A oposição mudou. Desde as ultimas eleições autárquicas que acordaram para a necessidade de informar os limianos das suas actividades. Já não era sem tempo. Mas subsiste um problema. É que não basta dizer que se fizeram várias perguntas, que se pediram determinadas explicações, que se tomou certa posição sobre aquele assunto. É preciso que a oposição saiba apontar caminhos alternativos. Um exemplo. Na última semana um vereador da oposição afirmou, na comunicação social, ter pedido explicações ao Presidente da Câmara sobre vários assuntos, (penhora de bens do Ministério da Cultura, margens do rio Lima, antenas de transmissão de rede de telemóveis, etc), o que demonstra ter certas preocupações. Só foi pena não ter referido se concorda ou não com as respostas que supostamente o Edil lhe deu.

A oposição não deve esquecer que é seu dever apontar alternativas. Seria bom que o fizesse em áreas como o desenvolvimento urbano ou o caminho que o concelho limiano deve traçar economicamente.

É um erro a oposição seguir a agenda ao invés de a marcar.

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