terça-feira, novembro 14, 2006

Alto Minho artigo de 14-11-2006

Desemprego

Ponte de Lima, definitivamente, parece ter conquistado o prémio de fidelização na permanência no vermelho na taxa de variação mensal do desemprego, segundo o Observatório do Desemprego do Minho da responsabilidade da Plataforma Minho.

Desde o princípio do ano que lá estamos. Mês após mês. Desde lá, várias foram as empresas que fecharam as suas portas, quantas é que abriram? Que é feito dos emblemáticos projectos, estandartes de campanhas eleitorais, que ainda há poucos anos eram apresentados como uma solução milagrosa para todos os problemas?

São precisas medidas urgentes de captação de investimento. Medidas com objectivos e destinatários concretos. A começar pelos empresários limianos que têm sido sucessivamente esquecidos.

É urgente que a Câmara Municipal torne público o que está a fazer neste campo, o que pensa fazer para inverter a actual situação.

Exemplo

No primeiro fim-de-semana deste mês foi dado um exemplo de cidadania, de sentido de comunidade, de iniciativa. A paróquia de Calheiros inaugurou um carrilhão que custou cerca de 100 000€ pagos na totalidade pela comunidade local. Realmente, é um raro exemplo nestes tempos em que o normal é esperar sentado à sombra do Estado. Um exemplo a seguir.

A comunidade de Calheiros dá também exemplo no campo cultural. O som dos sinos volta a ecoar em Calheiros. Esperemos que este exemplo seja seguido pelas restantes paróquias, relegando os "poluidores" altifalantes ao lugar de onde nunca deveriam ter saído.

Impressões

Seria bom que todos passassem na ponte velha e que, para além de observarem a paisagem, escutassem os comentários dos visitantes que por lá passeiam. É interessante ouvir a percepção e as "teses" que alguns têm da nossa paisagem, da nossa realidade económica e social.

Para muitos, o rio é um exemplo de virtudes, que, tal como na aldeia de Astérix, mantêm, apesar do cerco da poluição, as suas águas límpidas e não poluídas, ao contrário do que se vê por esse país fora. Infelizmente, as constantes análises às águas neste verão vieram demonstrar como esta percepção está errada.

Outros acham que os jardins são muito bonitos e que todos os limianos vivem quase obcecados por eles. Estes deverão ter, de certeza, uma réplica dos jardins em todas as varandas limianas, em cada esquina de todas as ruas. Se esses visitantes passassem pela parte nova da zona urbana, em 2 minutos verificavam que esta em nada difere do subúrbio onde vivem. Zonas verdes só mesmo onde as ervas daninhas nascem…

Talvez a visão dos visitantes seja simples ou então talvez seja o resultado da política de imagem, de fachada. É tempo de passarmos a cuidar do resto da casa. É que, por vezes, os nossos hóspedes poderão enganar-se na porta e entrar na parte íntima da nossa casa e aí, talvez, venham a descobrir que tudo não passa de uma farsa. Fica, assim, a sugestão.

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