sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Alto Minho artigo 23-02-2007

Informação

Não sei se será da herança das já três décadas de governação CDS ou mais especificamente dos doze anos que Daniel Campelo leva a comandar os destinos do concelho de Ponte de Lima, mas é notória a falta de apetência deste executivo camarário para a abertura e divulgação da informação. O controlo é grande, não existe um interlocutor, apenas um vice-presidente da Câmara que faz de porta-voz das reuniões do executivo, mas, claro, sem deixar espaço à normal curiosidade dos jornalistas em aprofundar a matéria. Os munícipes deveriam ter acesso às minutas e actas das reuniões da câmara, saber inclusive o que lá se irá passar. Actualmente, até os vereadores da oposição, por exemplo, apenas sabem o que irão discutir na sexta-feira anterior às reuniões e de uma forma muito, mas mesmo muito, genérica.

Hoje, com a tecnologia disponível, não há justificação para esta forma de actuar, a não ser, talvez, a dificuldade que este executivo tem vindo a demonstrar em adaptar-se e em abrir-se aos novos tempos.

Por falar em informação

Bem sei que o vereador da cultura, juventude, educação e desporto à ideia da construção de uma nova biblioteca contrapõe a aposta que o município tem feito nas bibliotecas escolares. Embora uma coisa não impeça a outra, até se compreende a lógica deste pensamento, mas cada vez menos. A realidade é que o que está a acontecer em Ponte de Lima é uma sucessão de políticas avulsas que se vão sobrepondo umas às outras, não deixando espaço para uma só política integrada na área cultural.

Os museus, o dos Terceiros irá ser finalmente inaugurado no dia 4 de Março, a Biblioteca Municipal, as bibliotecas escolares, o Arquivo Municipal, o Centro Internet e mais alguns serviços deveriam ter uma só política integrada, criando, assim, uma rede de informação municipal. Esta seria apenas uma das potencialidades dessa rede de informação municipal, porque poderia ser expandida a outros serviços da Câmara, como por exemplo o das obras. Seria óptimo criar-se a possibilidade de acompanhar em tempo real o nosso processo de licenciamento de obras bastando para isso uma password para ligação à rede.

A edificação de uma biblioteca nova, necessidade gritante que qualquer utente da actual biblioteca sente, poderia ser aproveitada para centrar aí a coordenação da dita rede de informação municipal na vertente cultural. O edifício no centro histórico, que actualmente alberga a Biblioteca Municipal, poderia ser aproveitado para albergar o fundo antigo bem como exposições permanentes sobre algumas das mais marcantes personalidades limianas.

Questões ainda pendentes, sem resposta

Durante todo o verão, por causa da má qualidade das águas, as praias do Arnado e Dona Ana estiveram interditas. O vice-presidente e vereador do ambiente da Câmara limiana, Vítor Mendes, afirmou na altura que se iria fazer um levantamento sobre as causas e os culpados. Qual é o resultado desse levantamento? Quem foram os culpados e o que lhes aconteceu? O que se tem feito para prevenir e melhorar a qualidade das águas junto à ponte velha onde tantos jovens se banham?

O vereador Gaspar Martins entregou o pelouro das Feiras e Mercados. Sendo que este vereador é o “decano” do executivo Campelo, seria necessária uma explicação convincente que ainda não existiu. Será que a manifestação dos feirantes, logo depois deste pelouro ser assumido pelo Presidente da Câmara, teve alguma relação com essa mudança? Terá Campelo perdido a confiança política no seu, até aqui, braço direito? Ou terá sido o vereador a perder a confiança no Presidente?

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