quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Alto Minho artigo 27-02-2007

Será como a lenda do D. Sebastião?

Todos ainda se lembrarão do ano anterior às eleições autárquicas. Estarão recordados de Montenegro Fiúza, activista cívico, Montenegro comentador, Montenegro político. Neste último caso recordarão a forte intervenção que tinha. Com o aproximar das eleições a dinâmica criada pelo então líder do PS local era considerável ao ponto de criar, não diria nervosismo, mas alguma “comichão” aos outros candidatos. Mas eis que após as eleições tudo se esfumou, Montenegro Fiúza deixou a vereação. As motivações e justificações poderão ser muitas e perfeitamente plausíveis, mas as promessas feitas, inclusive no encerramento de campanha, não foram cumpridas. As pessoas que votaram no PS como voto de esperança, de novidade foram defraudadas. No fundo o presente ficou aquém do embrulho.

O PS tem assim um problema. Montenegro Fiúza mais cedo ou mais tarde quererá voltar, que explicação dará nessa altura o PS ao eleitorado? E onde fica o actual líder concelhio, Jorge Silva? Montenegro Fiúza terá muito que caminhar para limpar o estigma que a sua escolha lhe firmou.

Crise nas autarquias

Com as constantes notícias sobre casos nas autarquias muitos serão os que neste momento pensarão duas vezes sobre a sua conduta passada e presente. Ninguém pode negar, há, de facto, a necessidade de uma maior transparência na vida das autarquias. Ao contrário da mulher de César, que além de ser deveria parecer, não basta parecer é preciso ser. E muitos são os autarcas que escondidos deixam o rabo de fora.

Uma coisa é certa, ninguém, que ocupe um cargo público com uma conduta, política ou pessoal, que não se coadune com o mesmo, pode pensar que está a salvo, que se pode esconder. A verdade, já diz a sabedoria popular, vêm sempre “ao de cima”.

Mais uma Assembleia Municipal

Ser membro da Assembleia Municipal de Ponte de Lima, é com certeza, um dos lugares mais ingratos que alguém pode exercer. A influência dos membros é mínima ou nula; da parte dos que dominam a assembleia, os do CDS, não há independência ou, por outra, não existe uma visão crítica face ao desempenho do executivo. Os membros da maioria, absolutíssima, aos quais se juntam ainda alguns dos presidentes da junta, apenas servem para que a Assembleia Municipal cumpra como que o rito de existir. Imagino a frustração política daqueles que ao serem eleitos pensaram que, agora sim, poderiam influenciar positivamente as políticas camarárias, influenciar a vida da comunidade e que, na conjuntura actual, se vêem como uns simples piões que servem apenas para levantar ou não a mão ao ritmo do maestro.

É preciso dar outra dignidade à Assembleia Municipal, a deslocalização das sessões é positiva, mas não chega. É necessário criar comissões temáticas de trabalho que, de uma forma descomprometida, trabalhem em prol do concelho, encontrando políticas, indicando problemas e resoluções. O Presidente da Assembleia tem a obrigação de não deixar que esta Assembleia Municipal passe a ser apenas um pró-forma.


Caríssimo Nuno,
Li com muita atenção e interesse a tua coluna "Prometo Ser Breve", subordinada ao título "Será como a lenda do D. Sebastião", publicada no Bissemanário "Alto-Minho" do dia de hoje (27.Fevº.2007). Naturalmente que a liberdade de opinião é uma realidade no Portugal democrático, onde cada um é livre de exprimir o seu ponto de vista face a qualquer situação. Porém, ao expressarmos qualquer representação do nosso espírito ou qualquer sensação que nele se origina, devemos ter o cuidado de conhecer a realidade ou, de algum modo, conhecer os contornos dessa mesma realidade, sob pena de nos depararmos com verdades sofismáveis.
Neste contexto, agradeço sensibilizado a preocupação que revelaste para com o "líder concelhio" do PS, nomeadamente, com a tua inquietação sobre "onde fica" Jorge Silva. Pessoalmente, devo dizer-te que me encontro relativamente bem no tempo e no espaço, e que estou extremamente bem, não só com a minha consciência, mas também com a postura sócio-política e acção desenvolvida.
Para quem não conheça a minha actividade no âmbito do Executivo Municipal, estou completamente dísponivel para facultar, verbalmente ou por escrito, todos os dados/documentos julgados mais convenientes, com a vista a dissipar qualquer dúvida.
Quanto às alusões ao Partido Socialista, de igual modo, devo referir-te que a agenda do Partido é organizada e definida pelos Militantes Socialistas, pelo que, não se subordina a outro tipo de ditames.
Creio ter ajudado a esclarecer alguma confusão de ideias subjacentes no artigo jornalístico supra mencionado.
Sempre ao dispor, aceita um abraço amigo de Jorge V. Silva



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