sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Alto Minho artigo de 15-02-2008

Insegurança

Já não se via há muito tempo uma onda de assaltos como a que, na semana passada, assolou os concelhos de Ponte de Lima e Viana do Castelo. Assaltos esporádicos, mais ou menos violentos, têm sido uma constante, mas, na mesma semana, duas ourivesarias e várias casas de comércio é novidade.

Seria fácil dizer que este é o resultado da nova configuração das forças de segurança, mas não há certezas. Há, no entanto, uma latente carência de meios materiais e de recursos humanos, pelo menos no concelho limiano. A GNR em Ponte de Lima passou a patrulhar muito mais território, freguesias de cariz urbano como Arcozelo ou Correlhã, sem um visível aumento de meios materiais ou humanos. Os presidentes da Câmara de Ponte de Lima e de Viana do Castelo têm aqui um motivo para se preocuparem. O sentimento de insegurança começa a tomar conta dos espíritos e isso não é nada bom para concelhos pacatos e serenos que vão vivendo de algum turismo.

Alta velocidade

Finalmente o presidente da Câmara de Ponte de Lima quebrou o silêncio sobre a linha de comboio de alta velocidade. Quebrou denunciando precisamente o silêncio do governo face ao traçado desta e aos seus pressupostos. Este deverá ser um assunto de convergência para as diversas sensibilidades políticas e sociais. O concelho limiano já foi esventrado por uma auto-estrada e uma via rápida. Agora está dividido em quatro. Esperemos que esta situação não venha piorar ainda mais com a construção da linha de alta velocidade para o chamado TGV. Sinceramente, não me parece que seja uma ambição dos limianos ver passar comboios. Olhem para a solução que Abel Baptista advogou numa entrevista a este jornal, que faz todo o sentido. Talvez fosse altura da Assembleia Municipal constituir um grupo de acompanhamento desta situação.

Incentivos

Em Viana do Castelo existem alguns apoios para a reconstrução de casas antigas no centro histórico. Devagar, por vezes até devagarinho, lá se vão requalificando alguns imóveis, que até vão ganhando prémios. Em Ponte de Lima, os incentivos são poucos ou inexistentes, a população vai desaparecendo do centro histórico, passando este a local privilegiado para outras actividades. Sabia o leitor que um proprietário de um imóvel no centro histórico, por exemplo na rua do Souto, que o queira recuperar fazendo um apartamento, uma loja e, por que não, um escritório terá que pagar uma pequena fortuna à Câmara Municipal relativamente a (espante-se) locais de aparcamento automóvel? É verdade, isto num local onde os automóveis não podem circular, muito menos aparcar… Poderia dar direito a, pelo menos, um lugar num dos parques “privados” que a câmara Municipal construiu, mas nem isso…

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