sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Alto Minho artigo de 22-02-2008

Turismo

Confesso que gosto da cultura americana/canadiana. Desde que visitei aqueles países, mais o Canada que os EUA, fiquei cativado pela cultura, pela paisagem, pelas cidades. Desde aí que tenho o hábito de tentar obter o máximo de informação sobre alguns desses locais. O leitor ficaria admirado se lhe dissesse que, lá, o turismo é encarado com outros olhos. É encarado como um negócio e, como tal, deve ser o mais lucrativo possível. É interessante poder encontrar pacotes diferentes, para diversos públicos, na mesma região, tudo de uma forma coerente e coordenada. Quer cultura? A região dá-lhe. Quer passeios pedonais? A região dá-lhe. Quer divertimento? A região dá-lhe. E como pode saber o que encontrar? Fácil, basta aceder à página que todas as regiões têm na Internet, uma espécie de cartão de visitas, e pedir um catálogo com informações. Sim, toda a informação, percursos para serem feitos por carro, o mapa das estradas com os monumentos e locais de interesse, os restaurantes, os cafés, as festas, acompanhada do agradecimento dos responsáveis locais pelo nosso interesse, é enviada para nossa casa, onde quer que moremos.

Um pouco diferente do que se passa por cá. O turismo de qualidade não pode ser visto apenas como turismo para uma elite, seja ela financeira, social ou cultural. O turismo de qualidade só pode existir quando os vários intervenientes locais deixarem de se olharem como inimigos e passarem a pensar como um todo transversal e representativo da região. A união dos vários intervenientes da hotelaria, restauração, das actividades de animação turística, de entidades públicas, das associações é a força da região.

Tempo

Lembro-me de há vinte anos os “carros de bois” ainda serem algo banal aqui bem perto da sede do concelho limiano. Lembra-se o leitor da última vez que viu um? A verdade é que muito mudou nos últimos anos. A agricultura já não é o que era e já não pode ser vista como “a” resposta. Até porque não existe “a” resposta… Pensar que podemos voltar ao complemento do orçamento retirado da agricultura é no mínimo uma falácia que apenas se compreende por sentimentos nostálgicos de um tempo idílico que a nossa memória construiu.

Podemos, no entanto, promover o que de melhor temos, o que de melhor produzimos e transformamos e encarar a agricultura como mais uma “indústria” complementar às outras que deveriam existir no concelho limiano.

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