segunda-feira, novembro 03, 2008

Alto Minho artigo de 03-11-2008

30 moedas

Alguns políticos de Caminha recordaram-nos, na passada semana, por que temos a tendência para “catalogar” a política e os seus intervenientes como não merecedores de confiança. O que está em causa? Traição e oportunismo.

O vereador, Bento Chão, eleito pelas listas do PSD de Caminha, criticado anteriormente pelo PS de Caminha, a quem Júlia Paula tinha retirado os pelouros que detinha por “falta de confiança política”, deu mais um passo em falso. Cedeu ao oportunismo do PS local, votando com os vereadores deste partido para retirar poderes anteriormente delegados na presidente da Câmara. Com esta atitude consumou a traição.

A traição, ao contrário do que se possa pensar, não foi ao partido que o acolheu nas suas listas, o PSD, nem mesmo à líder dessa lista e presidente da Câmara, foi essencialmente para com as pessoas que o elegeram. Já agora, a traição aos eleitores é algo que estes tendem a não perdoar e a seriamente castigar.

Para além do barulho e da instabilidade política momentânea, o que fica deste caso? Apenas uma péssima imagem de um PS desesperado e sem ideias para Caminha.

Representantes

Nas eleições para a Assembleia da República, a verdadeira escolha dos deputados é feita pelos partidos. A nós, os leitores, apenas fica reservado a eleição daqueles que os partidos previamente escolheram. Na verdade, a escolha que os eleitores fazem também não é tanto pelos deputados, que afinal de contas nem conhecem, mas sim pelo governo que desejam para Portugal. Os partidos sabem disso e aproveitam esse factor para escolherem as pessoas apenas por critérios meramente explicáveis pela perspectiva político-partidária. Se assim não fosse, certamente que os deputados seriam conhecidos pelos eleitores, sairiam destes, seriam verdadeiramente os representantes dos seus eleitores e teriam todo o interesse que estes os conhecessem.

Vejam o exemplo do nosso distrito, o leitor sabe, por acaso, o nome de apenas dois deputados eleitos pelo nosso distrito? Pois é. A verdade é que é difícil lembrarmo-nos dos nomes deles, ainda para mais quando estes apenas por cá passam de quatro em quatro anos.

Alguém sabe as suas posições, opiniões sobre o distrito, o futuro e o presente que defendem para o Alto Minho? Serão estes verdadeiramente os representantes dos eleitores do Alto Minho? Não deveriam eles, a título de exemplo, ter uma perspectiva social representativa do distrito que os elegeu. 59.59% dos eleitores do distrito votaram não no referendo da despenalização do aborto, como votaram os nossos deputados? Pode parecer irrelevante e uma questão de consciência e isso tudo, mas, na verdade, revela a ligação que existe com os eleitores, com a vivencia, a cultura que os deputados deveriam representar ao serem eleitos por um círculo eleitoral. É nisso que os partidos têm que reflectir agora que começam a preparar as próximas eleições. É isso que os eleitores deverão exigir votando conscientemente naqueles que querem como seus representantes.

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