segunda-feira, março 01, 2010

Artigo n'O Povo do Lima

"Grita em voz alta, sem te cansares. Levanta a tua voz como uma trombeta." Livro de Isaías 58,1

Escrevo este artigo antes da reunião da Assembleia Municipal. Pelo histórico da mesma não espero que esta tenha descortinado a resposta à questão aqui colocada no último artigo, Qual a justificação lógica para a Câmara Municipal optar por um terreno embargado em detrimento de outro sem entraves para a construção do Centro Escolar de Ponte de Lima? Aliás, o ponto da ordem de trabalhos onde se podia ler “Discussão e aprovação do Projecto de Localização do Centro Educativo de Ponte de Lima e Parque Urbano/Área de Lazer com vista à obtenção de Declaração de Interesse Público” deve ter sido aprovado por maioria sem grande discussão.
Mesmo com a hipotética aprovação pela Assembleia Municipal, este é um assunto que não pode morrer aqui. Pelo menos assim seria normal. É dever dos cidadãos perguntar o porquê, caberá à comunicação social perscrutar o porquê…

Nada se perde tudo se transforma

Ao longo da nossa vida vamos tendo certezas/atitudes que com o passar do tempo se vão desvanecendo. Vamos tendo influências que por vezes só a assumimos com a distância dos anos. A nossa vida, se fosse estanque, previsível, não teria sal, não seria, no fundo, vida. As mudanças têm que ser encaradas como desafios, como oportunidades de melhorar. Quando nos deparamos com o desmoronamento de algo que pensávamos sólido, pelo qual lutávamos de olhos fechados, poderemos até lutar para inverter tal situação, mas é necessário saber se o esforço despendido apenas resultará no adiamento do fim inevitável. Se assim for, será preferível enfrentar a mudança com a perspectiva já anteriormente explanada, como uma oportunidade que por vezes nos abre a visão a uma luz que antes nos estava vedada.

Desagrado por descarada omissão

A Câmara Municipal de Ponte de Lima tem toda a razão em manifestar "total desagrado" por uma publicação “patrocinada” pelo Eixo Atlântico, "O Caminho que conduz a mais destinos", não traçar nas palavras da Câmara Municipal “a realidade dos Caminhos de Peregrinação em território português e é mesmo enganador para os Peregrinos, atendendo que não refere o principal e mais central itinerário de peregrinação, conhecido mundialmente por Caminho Central, que corresponde ao eixo Porto - Vilarinho - S. Pedro de Rates - Barcelos - Ponte de Lima - Rubiães (Paredes de Coura) - Valença do Minho."
Uma atitude como esta leva a questionar a verdadeira finalidade do Eixo Atlântico, será que os interesses dos seus associados se sobrepõem a tudo, inclusive à realidade?
O alerta saiu no editorial da revista Limiana, pela mão de José Pereira Fernandes, e teve eco no Cardeal Saraiva em artigo de António Mário Leitão, e com toda a autoridade deverá produzir idêntica manifestação de desagrado à Câmara Municipal bem como à Assembleia Municipal, falo da omissão de António Feijó na Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI publicada no passado mês de Dezembro pela Porto Editora, e que é, de facto, uma omissão inqualificável e intolerável.

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