Em Ponte de Lima o ganho médio mensal ronda os 600 e tal euros, é dos mais baixos do distrito de Viana do Castelo e do país. O Ganho médio mensal nacional é dos mais baixos da União Europeia. A nossa região sofre gravemente devido à incompetência orçamental do governo que impõem, por exemplo, portagens em vias que outrora apresentaram como estruturantes para o Alto Minho sair do seu atraso endémico.
As nuvens adensam-se sobre o futuro, ameaçando a própria esperança. No meio disto tudo celebra-se o centenário da República. Um pretexto de alguns para forçar uma discussão sobre o regime. Mas será que estamos numa situação onde se pode despender energias numa discussão estéril? Fará sentido, 100 anos depois, ainda discutir se devemos ser cidadãos ou súbditos? Penso que a resposta é não e não.
Nesta altura de grandes desafios, para nós, para o nosso concelho, para a nossa região, para o nosso país perder um segundo que seja a pensar se um ramo da família Bragança deveria passar a representar Portugal parece-me de todo tempo perdido. Alguém pensará que se o representante do país fosse um Bragança (hereditário) ao invés de um Silva (eleito) a nossa situação actual seria diferente?
Esta comemoração poderia ser a oportunidade para pensarmos em reformar as instituições, por exemplo, acabar com os Governadores Civis, instituir círculos uninominais para a eleição de deputados de forma a responsabiliza-los directamente perante os seus eleitores, reduzindo o seu número, mas não, temos por um lado a exaltação da I Republica que é de geral má memória, alguém se esquece que culminou com o inicio do Estado Novo? Por outro lado, assistimos ao aproveitamento de alguns saudosistas do antigo e deposto regime monárquico, que aproveitando a crise política, económica e social, tentam vender o regime monárquico como a salvação esquecendo o que foram os últimos e derradeiros anos desse regime em Portugal.
É tempo de olhar para o futuro, cientes do nosso passado mas sem saudosismos, só assim poderemos aprimorar, rever, avaliar e melhorar. Só assim poderemos trilhar caminhos que nos levem a um futuro onde os nossos rendimentos se aproximem dos dos nossos vizinhos, só assim as nossas famílias, as nossas crianças poderão encontrar a estabilidade para se sentirem seguras do seu futuro.
1 comentário:
Quando fala em reformar as instituições, acabar com os Governos Civis, etc. seria bom lançar o debate da reorganização das freguesias e dos concelhos, muitas freguesias hoje não fazem sentido, e o mesmo se passa com os concelhos.
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