Qualidades do centro histórico
Uma das qualidades que me fascinam na cidade de Roma é a sua capacidade de se adaptar às sucessivas “ondas” da história, ou não fosse conhecida como cidade eterna. Infelizmente, nem todas as localidades conseguem isso. Ponte de Lima foi superando as várias “ondas” da história com sucessivos altos e baixos. Podemos ler como Ponte de Lima era uma referência no Alto Minho, até pela sua importante ponte, e como anos depois é retratada como um local com pouca salubridade.
Foi assim ao longo da história, é assim actualmente. Embora o espaço público esteja recuperado e a recuperação dos edifícios do centro histórico se vá fazendo aos poucos e poucos, o mais grave é a falta de “vida” que por lá se sente. De facto, o centro histórico de Ponte de Lima durante a noite e em algumas horas do dia é um “deserto” sem pessoas, sem vida. O comércio vai fechando e deslocando-se para outras zonas da vila, as pessoas já não colocam nas suas hipóteses de escolha residir na zona histórica.
Felizmente, depois dos alertas de muitas pessoas, de instituições e da oposição o actual executivo municipal parece ter acordado para o problema. Apesar de numa fase muito inicial, já é um passo, no sentido correcto, pensar nos jovens como o público-alvo, quando se fala em reabilitação urbana. Claro que com isso dever-se-ia pensar também nas comodidades actuais como, por exemplo, a construção de um verdadeiro parque subterrâneo, no esforço de retorno dos serviços àquela zona, na introdução e utilização de fibra óptica, no wi-fi… E, claro, nesta aposta de repovoamento, o comércio deve ser repensado, beneficiando de vantagens contributivas por lá se terem fixado.
Outros tempos…
Li no Novo Panorama uma entrevista ao último serralheiro de Ponte de Lima e lá estava estampada a mágoa de sentir que era o último e que depois de si não existiria ninguém para dar continuidade àquela actividade. O mundo mudou muito. As “artes e ofícios” são um bem raro, embora hoje em dia cada vez mais precioso. Realmente, a vila de Ponte de Lima mudou com o mundo. Quando chegavam à vila, os meus avós encontravam ruas com ofícios, uma tradição antiga, onde existiam ruas para os negociantes, para os sapateiros, para os ourives, para os ferreiros… Hoje, desse “velho” mundo, sobram pouco mais de 2 ou 3 espaços.
Portagens e falta de lideres regionais
Os autarcas do Alto Minho anunciaram como grande vitória saída da sua reunião com o governo a isenção de portagens nas primeiras 10 viagens, na A27 e A28, para os utilizadores da região. Foi por isto que o CDS limiano chumbou a moção contra as portagens apresentada pelo PSD na última Assembleia Municipal de Ponte de Lima? Pois bem, vieram com uma mão cheia de nada. E agora, meus senhores?
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