domingo, junho 16, 2013

Artigo no Novo Panorama

Artigo publicado no Novo Panorama em 06-06-2013
 


Tradições

 

Nos últimos anos as tradições mais importantes de Ponte de Lima, a Vaca das Cordas e as Feiras Novas, têm vindo a ser transformadas em produtos comerciais.

Se repararem as “nossas” festas deixaram de ser aquilo que foram, em alguns casos, durante séculos. Neste momento até já “exportamos” as Feiras Novas para outros recantos do mundo, para o dito “mercado da saudade”, e realizamos réplicas da Vaca das Cordas…

Estas festas passaram a ter como denominadores comuns, o consumo desenfreado de bebidas alcoólicas, bebidas brancas e cerveja (que até já as patrocina), e o barulho dito musical. Estas duas festas limianas já são consideradas, pela maioria dos jovens que as visitam, como uma espécie de extensão das festas académicas, as Feiras Novas da ”recepção ao caloiro”, a Vaca das Cordas da “queima das fitas”.

Infelizmente as nossas tradições, que passaram a produto, parecem resvalar para um género de produto enlatado em que de tradicional parece já só ter o rótulo.

Bem sei que falar disto é polémico, que para muitos esta é que é a festa e que nada mais se trata que a evolução natural dos tempos. Que é mesmo inevitável. Claro que está em causa muito dinheiro. O dinheiro dos patrocínios, das barracas de venda de cerveja, que aparecem como cogumelos, um pouco por todo o centro histórico, e, também, o dinheiro que alguns comerciantes limianos do centro histórico, nomeadamente da restauração e divertimento, que aproveitam estes eventos para suprimir as perdas do resto do ano.

Mas é preciso pensar bem naquilo em que as “nossas” festas se estão a transformar. A estratégia seguida em Ponte de Lima não tem tido a capacidade de atracção e fixação de empresas, a taxa de desemprego é das maiores do distrito, o rendimento per capita é dos mais baixos do país. Será que com este banalizar, de transformar, por exemplo a Vaca das Cordas, ou as Feiras Novas em mais uma “megafesta” revestidas com um manto da tradição, não significa matar a nossa galinha dos ovos de ouro?

O que nos distingue dos outros é precisamente a capacidade que tivemos em preservar as nossas tradições, mas pelo caminho que estamos a traçar até quando é que os “consumidores” estarão interessados no “nosso produto”, um produto que cada vez menos se distingue de outros apresentados no “mercado de eventos”?

 

Festas populares

 

Eis que chegam as festas dos santos populares e Ponte de Lima não se alheia delas. Já para a semana festeja-se o Santo António e o destaque vai para a igreja mais conhecida do concelho, que faz parte da sua imagem de marca, a igreja de Santo António da Torre Velha. Nesta igreja centram a festa no que para os cristãos é o ponto alto de qualquer festa religiosa, a eucaristia. No dia 13 de Junho a eucaristia é celebrada, às 21 horas, de uma forma ainda mais activa e participada.

Já mais para o final do mês, o S. João, é vivido com marchas populares que percorrem as ruas da vila limiana, nestas marchas participam vários bairros e mesmo freguesias do concelho que dão um colorido e uma animação contagiante. Esta é uma tradição que renasceu e que vai ganhando novamente lugar na vida dos limianos.  

1 comentário:

amandio sousa dantas disse...

Se calhar ( por este andar ) nem tradição ... nem futuro . Isto um dia vai acabar por implodir ; infelizmente todos vamos pagar