segunda-feira, novembro 18, 2013

Artigo no Novo Panorama

Artigo publicado no Novo Panorama em 07-11-2013

Reinício

Com a tomada de posse de todos os órgãos autárquicos, eis que se iniciam os trabalhos. A primeira reunião da Câmara Municipal ficou marcada pela proposta apresentada pelo Presidente da Câmara para que, no fundo, se dividissem os pelouros, que anteriormente estavam distribuídos por um vereador a tempo inteiro e outro a meio tempo, por dois a tempo inteiro e um a meio tempo. Ora, como os tempos não estão para gastos supérfluos e porque hoje a Câmara Municipal tem nos seus quadros gente competente, o vereador do PSD e líder da oposição, Manuel Barros, recorrendo a estes argumentos, votou contra tal proposta. Infelizmente, como de previsto, a proposta foi aprovada pelos vereadores da maioria, os mesmos que passarão a exercer funções a tempo inteiro e a meio tempo...

Super vereador

Depois do aumento dos vereadores a tempo inteiro, o presidente da Câmara de Ponte de Lima reservou mais uma surpresa, o aumento de pelouros do seu reconduzido vice-presidente. Gaspar Martins, que já no mandato anterior tinha uma concentração enorme de pelouros, consegue ainda, neste mandato, aumentá-los. Caro leitor, só mesmo lendo é que vai acreditar e por isso passo a transcrever o que se pode ler no site do município, "Gaspar Martins mantém a Vice-Presidência e assume os pelouros do Trânsito e Sinalização; Parque de Viaturas, Parques de Estacionamento; Águas e Saneamento; Feiras Quinzenais, Mercado Municipal, Mercado do Gado; Apoio às Juntas de Freguesia; Obras Públicas; Desenvolvimento Empresarial; Processos Eleitorais e Recenseamento Eleitoral; Ambiente e Espaços Verdes (Higiene, Limpeza e Recolha de Resíduos Sólidos Urbanos) e Cemitério Municipal." Daqui verificamos que, primeiro Vítor Mendes deixou de achar importante a área do Ambiente e Espaços Verdes que deixou de ter um vereador a tempo inteiro passando a ser mais um pelouro do leque do vice-presidente, segundo que o município continuará a estratégia que tem dado os conhecidos maus resultados no que concerne ao Desenvolvimento Empresarial. Somos um dos concelhos portugueses com menor poder de compra per capita (ver dados do INE) e porquê? Porque as políticas seguidas pelo município de Ponte de Lima não têm tido os resultados esperados e expectáveis, o nosso concelho não tem conseguido atrair investimento, desenvolvimento, emprego. Infelizmente, parece que não teremos grandes novidades neste novo mandato... 

Fim de ciclo

Este mês de Novembro, será o último em que exerço a função de juiz da Irmandade de Santo António da Torre Velha. Ser juiz desta centenária Irmandade foi para mim um orgulho. Nestes três anos, conseguimos devolver a Irmandade aos irmãos, aumentamos o número de novos irmãos, conseguimos que outros, que se tinham afastado, voltassem à Irmandade, abrimos a irmandade à comunidade. 
Como pontos principais, destacaria a promoção do património da Irmandade, o alargamento do horários e dos dias de abertura da igreja e a reformulação da disposição do seu espaço interior de forma a torná-lo mais funcional. Colaboramos, sempre em sintonia com o pároco de Santa Marinha de Arcozelo, com outras instituições, por exemplo com o Albergue de Peregrinos, ou o Museu dos Terceiros. 
Apostamos fortemente na festa religiosa do padroeiro onde imperou a unanimemente reconhecida qualidade dos sacerdotes que por lá passaram ( deixo um reconhecimento público ao pároco da Sé de Viana do Castelo, Monsenhor Armando Dias, e ao padre Doutor Vasco Gonçalves). Conseguimos ainda que a Irmandade, os irmãos, passassem a integrar novamente as manifestações religiosas da paróquia e do arciprestado. 
Mas nem só de pontos positivos se salda esta experiência. Enfrentamos a realidade social da nossa comunidade. Em 3 anos, o património da Irmandade foi alvo de cerca de uma dezena de roubos ou tentativas de roubos, resultando num elevado prejuízo, não pelo material roubado, mas pelos danos provocados no património. Também negativo foi o facto de o poder autárquico não perceber que a Igreja de Santo António da Torre Velha é, a par da ponte medieval, o património edificado mais fotografado de Ponte de Lima, que a Irmandade não precisa de apoio para foguetes e bailaricos mas sim para recuperar e manter o património que no fundo é de toda a comunidade. Infelizmente, em 3 anos, apenas encontramos palavras doces, simpáticas e promessas, quando o que necessitávamos era de apoio e acção. Apesar de tudo, a Irmandade de Santo António está agora solta dos grilhões de um passado recente e pronta para os novos desafios que sei que a nova direcção saberá enfrentar.

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