segunda-feira, julho 21, 2014

Já cheira às Feiras Novas

Artigo publicado originalmente no Novo Panorama (ver em http://novopanorama.com/?p=7981 )


Por formação académica tudo o que anda à volta da “informação” desperta-me curiosidade. Foi com bastante interesse que fui lendo nas notícias que as Feiras Novas deste ano teriam uma novidade tecnológica, uma aplicação que permitiria aos visitantes terem na sua palma da mão, no seusmartphone, toda a informação considerada importante para “viver a festa”. Realmente, a aplicação é interessante, bem construída e de fácil navegação. Uma ideia que promete evoluir com os anos e que, para quem vem de fora, poderá ser bastante útil.

Já o cartaz da festa provoca reacções diversas. Aliás como “manda” a tradição, é que o cartaz das festas de Ponte de Lima, ao longo dos anos, quase nunca foi consensual, até me parece que não seria o mesmo se o fosse. Confesso que gosto dos cartazes antigos, de fotos da festa, não sou muito fã dos formatados, que seguem regras à risca. Sobre o deste ano, e não resisto a contribuir para esta estéril polémica, realço duas fraquezas (lembrei-me agora da já velha analise SWOT), por um lado, a falta de rigor dos trajes, por outra,a não figuração da imagem de marca de Ponte de Lima que é o conjunto ponte medieval e igreja de Santo António da Torre Velha. Se tirarmos o texto, poucas pessoas de fora de Ponte de Lima conseguirão localizar a que terra se refere o cartaz das Feiras Novas de 2014.

Já menos compreensível é o cartaz da reintroduzida tourada (ou corrida de touros). Há uma tradição antiga de nas festas de Ponte de Lima, nas Feiras Novas, se realizar uma tourada. Estas fizeram parte do programa durante anos, mas este ano, depois de alguns de ausência, parece que a tourada passou a um plano quase idêntico ao das festas que integram, com um cartaz próprio, que no dia da apresentação foi colocado ao mesmo nível do das Feiras novas.

Ultimamente parece que para os responsáveis não chegam as nossas tradições, parece existir uma ânsia de fazer diferente, de deixar uma marca. Não se pode cair no erro de esquecer que é a tradição que faz o resto, é que, com tantas “inovações”, podemos um dia vir a verificar que as tradições já se perderam e que em troca ficamos apenas com alguns eventos iguais a tantos outros por essas terras fora…

Voltando ao cartaz das Feiras Novas, não seria interessante reintroduzir um concurso aberto a todos, com regras bem definidas, em que os cartazes apresentados fossem públicos, com um júri transparente que assumisse a responsabilidade da escolha?

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