quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Mas de que é que Gaspar tem medo?

 (Artigo publicado no jornal Cardeal Saraiva de 6 de Fevereiro de 2015)
Gaspar Martins já afirmou publicamente que, tendo sido eleito membro da Assembleia Municipal de Ponte de Lima pelo PS, saiu e filiou-se no CDS, porque, ali sim, ganharia eleições. A verdade é que, anos e anos depois, ele vai sendo sucessivamente eleito nas listas do CDS para a Câmara Municipal, gozando até de uma pensão pelos anos de serviço público enquanto vereador.
Nas suas recorrentes intervenções, por prosa ou verso, gosta de lembrar que as vitórias autárquicas do CDS são desde há muito por maiorias absolutas, menosprezando a oposição, que lhe parece não merecedora de qualquer reconhecimento.  
Apesar disso, Gaspar parece ter medo do referendo à deslocalização dos Paços do Concelho. Talvez tenha medo que o PSD, PS, CDU, Associação Empresarial e a maioria da chamada sociedade civil limiana tenham razão e a deslocalização seja chumbada em referendo. Percebe-se porquê...
No entanto, se o referendo não passar no próximo sábado, dia 7 de Fevereiro, a maioria perderá definitivamente a confiança dos seus eleitores. O resultado da votação vai pôr à prova a ligação eleito e eleitor, vai provar se o que dizem da governação de proximidade é verdade. Bem sei que para Gaspar e seus apaziguados isto é conversa de idealistas, de quem pensa que a política é feita de eleitos e eleitores, de ideias e ideais.
Mas, como explicará um presidente de Junta, no atendimento aos seus fregueses, que não confia neles. Uma desconfiança que vai ao ponto de nem sequer lhes permitir a hipótese de expressarem, pelo voto, a sua opinião, seja ela favorável ou desfavoravelmente, sobre a deslocalização dos Paços do Concelho. É que aqui nem sequer se pode colocar a questão/justificação que usaram na polémica votação da última Assembleia Municipal, se votarem a favor de que forma estão a hipotecar a freguesia que representam? É que votar favoravelmente o referendo não é assumir-se contra Gaspar e a mirabolante ideia de gastar mais de 6.5 milhões num edifício, mas antes dar a hipótese à maioria de demonstrar que a população concorda com a Câmara Municipal.
Não se enganem, caso não seja aprovado o referendo, desde já sabemos que esta maioria acabou e a prova disso é que a “maioria” já se consciencializou de que os limianos já lhe retiraram a confiança.
Não quero acreditar que Gaspar Martins tenha medo de eleições. Senhor vice-presidente, não tenha receio, vamos dar a voz à população e demonstre a sua razão.

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