terça-feira, outubro 20, 2015

Ainda se lembram de Daniel Campelo?

(Artigo publicado no jornal Cardeal Saraiva de 16 de Outubro de 2015)

Numa altura em que por todo o lado se ouvem discussões sobre governos de maioria, governos minoritários, estabilidade, instabilidade são vários os artigos que lembram aquele que ficou para a história como o "orçamento limiano". Limiano por causa do deputado Daniel Campelo, o presidente da Câmara de Ponte de Lima que soube, como ninguém, fazer o jogo do marketing político. Conseguiu, com isso, catapultar-se para a política nacional, aprofundando, ao mesmo tempo, a sua penetração no eleitorado local. 
Daniel Campelo soube sair pelo seu pé da presidência da Câmara limiana. Depois de uma breve passagem pelo governo, como secretário de Estado das Florestas, passou à "vida civil" e há muito que não se deixa ver pela vida política. 
É verdade que, muitas das vezes, o silêncio diz mais que um discurso. Pelo que se pode ler em vários jornais, Daniel Campelo tem escolhido, sistematicamente, o silêncio para responder a quem o interpela sobre a política local e nacional. 
Nunca, como nos últimos dois anos, se assistiu a tantas polémicas envolvendo a maioria no executivo municipal de Ponte de Lima. Desde a polémica da rede de muito alta tensão, passando pela construção dos novos paços do concelho, até à cisão do até aqui inabalável CDS limiano. Neste momento, a maioria dividiu-se entre a concelhia do CDS liderada pelo deputado (reeleito) Abel Baptista, e os vereadores e uma minoria dos eleitos CDS na Assembleia Municipal liderados, bicefalamente, por Vitor Mendes (presidente da Câmara) e Gaspar Martins (vice-presidente da Câmara que já assumiu a ruptura com o CDS). Tudo isto tem passado sem qualquer comentário, pelo menos público, de Daniel Campelo, o icónico ex-presidente da Câmara do CDS.
Com o silêncio, Campelo vai passando incólume entre as gotas da polémica. Alguns dizem que é tudo calculado, que está a preparar o seu regresso, outros, que simplesmente deixou de se interessar pela política, outros ainda defendem que não lhe interessa voltar… agora.
A verdade é que, nos últimos tempos, os holofotes se voltaram para Daniel Campelo, não só pelo já exposto, mas também por ter recebido a comenda da Ordem de Mérito das mãos do Presidente da República e, recentemente, pelo prémio Intermarché Produção Nacional, na categoria Prémio ‘Produtos Biológicos’, que a empresa “Aromáticas Vivas”, gerida por Campelo, venceu. 

Até quando Campelo se dedicará apenas às ervas aromáticas? A resposta só ele a pode dar, mas que há muitos centristas, ditos centristas e ex-centristas limianos que esperam que se mantenha por lá por muitos anos, lá isso há. 

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