Numa altura em que por todo o lado se ouvem discussões
sobre governos de maioria, governos minoritários, estabilidade, instabilidade
são vários os artigos que lembram aquele que ficou para a história como o
"orçamento limiano". Limiano por causa do deputado Daniel Campelo, o
presidente da Câmara de Ponte de Lima que soube, como ninguém, fazer o jogo do
marketing político. Conseguiu, com isso, catapultar-se para a política
nacional, aprofundando, ao mesmo tempo, a sua penetração no eleitorado
local.
Daniel Campelo soube sair pelo seu pé da presidência da
Câmara limiana. Depois de uma breve passagem pelo governo, como secretário de
Estado das Florestas, passou à "vida civil" e há muito que não se
deixa ver pela vida política.
É verdade que, muitas das vezes, o silêncio diz mais que
um discurso. Pelo que se pode ler em vários jornais, Daniel Campelo tem
escolhido, sistematicamente, o silêncio para responder a quem o interpela sobre
a política local e nacional.
Nunca, como nos últimos dois anos, se assistiu a tantas
polémicas envolvendo a maioria no executivo municipal de Ponte de Lima. Desde a
polémica da rede de muito alta tensão, passando pela construção dos novos paços
do concelho, até à cisão do até aqui inabalável CDS limiano. Neste momento, a
maioria dividiu-se entre a concelhia do CDS liderada pelo deputado (reeleito)
Abel Baptista, e os vereadores e uma minoria dos eleitos CDS na Assembleia
Municipal liderados, bicefalamente, por Vitor Mendes (presidente da Câmara) e
Gaspar Martins (vice-presidente da Câmara que já assumiu a ruptura com o CDS).
Tudo isto tem passado sem qualquer comentário, pelo menos público, de Daniel
Campelo, o icónico ex-presidente da Câmara do CDS.
Com o silêncio, Campelo vai passando incólume entre as
gotas da polémica. Alguns dizem que é tudo calculado, que está a preparar o seu
regresso, outros, que simplesmente deixou de se interessar pela política,
outros ainda defendem que não lhe interessa voltar… agora.
A verdade é que, nos últimos tempos, os holofotes se
voltaram para Daniel Campelo, não só pelo já exposto, mas também por ter
recebido a comenda da Ordem de Mérito das mãos do Presidente da República e,
recentemente, pelo prémio Intermarché Produção Nacional, na categoria
Prémio ‘Produtos Biológicos’, que a empresa “Aromáticas Vivas”, gerida por
Campelo, venceu.
Até quando Campelo se dedicará apenas às ervas aromáticas?
A resposta só ele a pode dar, mas que há muitos centristas, ditos centristas e
ex-centristas limianos que esperam que se mantenha por lá por muitos anos, lá
isso há.
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