Artigo publicado no jornal Alto Minho de 7 de Março de 2019 |
Porque será que Ponte de Lima vai sempre a reboque?
Nos últimos anos fui dirigente partidário e eleito local. Nessa qualidade, tive o gosto de trabalhar com gente que, como eu, vê a política como uma oportunidade de trabalhar para melhorar a comunidade onde vivemos. Foi por isso que, ao invés de nos perdermos em politiquices partidárias, foi possível apresentar propostas em várias áreas, com destaque para a social onde sugerimos a comparticipação de medicamentos aos idosos com dificuldades e a promoção da saúde oral.
É com um misto de sentimentos que leio notícias a informar que outros municípios do Alto Minho, que não Ponte de Lima, estão a colocar em prática políticas como as referidas anteriormente. Infelizmente, em Ponte de Lima, a maioria absoluta do CDS, talvez por as olhar como políticas muito à esquerda, não aprovou nenhuma das que foram apresentadas pela então oposição.
É certo que o CDS manteve a maioria absoluta, é verdade que o PSD foi penalizado nas urnas (assunto para outro artigo) pelo que alguns dizem que, no final de contas, a maioria tinha razão. Não penso assim. Sinto orgulho por ter um projecto diferente para o meu concelho, por ter ideias e lutar por elas, em vez de optar ficar no pântano, calado, esperando não fazer ondas para ver se me caem migalhas ou se apanho alguma “boleia”. Gosto de viver pela máxima de Sá Carneiro “a política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”.
Momento histórico e definidor do nosso futuro
Extrapolando para outro nível, é também por isso que, cada vez mais, sinto ser imperativo que Rui Rio consiga ter a maioria suficiente na Assembleia da Republica que lhe permita ser o próximo primeiro-ministro de Portugal. Também ele já demonstrou que não gosta, não se enquadra e não cede às etiquetas que o politicamente correcto reserva para o líder do PSD ou para o próprio partido.
Finalmente, Rio tem conseguido passar a sua mensagem. Sim, ainda recentemente todos ficamos perplexos com o que aconteceu na Caixa Geral de Depositos e ouvimos atentamente as palavras do líder do PSD sobre este tema. Usando duras palavras, provocou admiração alguns comentadores que logo questionaram onde havia estado aquele Rui Rio. A verdade é que as palavras de Rio que agora chegam até nós, já haviam sido proferidas, salvo erro, em Maio de 2018. Infelizmente, quase ninguém ouviu. Porquê? Bem, o Partido Social Democrata parece muito bom, nos seus vários níveis, em perder-se em conspirações internas, mesmo que se reflicta ou tenha influencia negativa nas urnas que valem, as urnas do país.
Felizmente para Portugal, parece que esse tempo ficou para trás. Esperemos que outra forma de fazer política, forma que Rui Rio defende desde sempre, seja posta em prática a nível local e regional e que as eleições sejam preparadas numa outra lógica que não a repetida nos últimos 45 anos.
A Venezuela também está no Alto Minho
Já são várias centenas de pessoas, principalmente no concelho de Arcos de Valdevez, que regressam ao Alto Minho vindos da Venezuela que trazem na bagagem pouco mais que a roupa. Alguns chegam depois de uma vida de trabalho e encontram na sua terra natal ou na dos seus antepassados o local de refúgio à ditadura da extrema esquerda que por lá se instalou.
Mas também por cá se vivem momentos dramáticos. Já pensou se aos 70 anos de idade se visse sem a sua reforma, a sua casa, o seu negócio e obrigado a voltar à terra de onde partira há 40 ou 50 anos sem nada nas mãos, com os seus filhos ou os seus netos?
É tempo da CIM Alto Minho olhar para este problema humanitário e em conjunto com os deputados do Alto Minho (independentemente dos partidos) fazer verdadeira pressão para que o Estado abra os olhos para este momento de extrema dificuldade que os nossos concidadãos estão a viver.
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