A “opinião” nas redes sociais é cada vez mais ácida. Circula-se em bolhas de interesses, onde quem não faz parte da mesma bolha é tratado com desprezo e, por vezes, má educação. É impressionante como pessoas que conhecemos na “vida real”, que até são pessoas sensatas, nas redes sociais se transformam em seres execráveis com quem não queremos partilhar uma esplanada. A incapacidade de tolerar a opinião do outro, de debater com civilidade, de encontrar pontes de entendimento e, acima de tudo, de perceber que o mundo não é visto pelos outros com os nossos olhos, torna, cada vez mais, as redes sociais num espaço a evitar.
Por falar em espaço
Com o tempo a passar, com os boatos a crescerem, percebe-se que o espaço para o aparecimento de novos candidatos às autárquicas se vai reduzindo, pelo que, certamente, haverá mais novidades muito em breve.
Dos candidatos de que já falámos, Abel Baptista apresentou online a sua candidatura e esteve num debate, também online, com jovens. O online será certamente o conceito da campanha autárquica deste ano. Embora não seja uma novidade, já em 2009 o PSD de Ponte de Lima apostava nas plataformas online de debate e divulgação, a escala que se espera este ano do uso das plataformas digitais é tal que poderá ter real influência no momento do voto. Será que levará mais jovens a votar? Talvez. Geralmente, estes preferem mudança, mas o que significará essa mudança? Será de protagonistas? De políticas? Ou de protagonistas e políticas?
E quem queremos como protagonistas dessa mudança?
É cada vez mais difícil distinguir aquele que é (ou quer ser) realmente nosso representante daquele que apenas cavalga na linguagem populista, tão doce aos ouvidos.
É difícil ser representante e tão fácil ser populista! O representante passa muito tempo a estudar dossiês e políticas, não ganha “amizades”, coloca a representação à frente dos seus interesses. Outros, no entanto, acham que uma vitória eleitoral vale uma derrota dos seus princípios.
Quem queremos para nossos representantes? Como escreveu Hannah Arendt, estes são tempos de “pensar sem corrimão”.
E na Assembleia Municipal, haverá alguma mudança?
Não, claro que não. Na Assembleia Municipal de Ponte de Lima não há mudança. No sábado passado, apesar dos membros do PLMT, PSD, M51, CDU, bem como alguns dos presidentes de Junta, como o de Arca - Ponte de Lima, Arcozelo, Refoios e Rebordões de Souto, votarem a favor da denuncia do contrato com a empresa Águas do Alto Minho, a proposta foi chumbada. Até a proposta da CDU, que ia no sentido da realização de um estudo para verificar a viabilidade deste modelo e da saída do mesmo, teve o mesmo destino, a maioria dos votantes chumbou a proposta. Um voto de protesto, eis o que foi aprovado pela Assembleia e por unanimidade.
Despedidas
Quem teve a infelicidade de participar num funeral, neste já longo ano de pandemia, saberá o manto negro que cobre a tristeza da perda. Não se pode abraçar, colocar a mão no braço, ver e mostrar o rosto, trocar um sorriso, que embora pequeno, nestes momentos, se torna enorme.