domingo, maio 30, 2021

Alto Minho, artigo de 26-05-2021

Como querem que seja o futuro?

Como disse recentemente Daniel Campelo no Programa do Fernando Pereira e da Sofia Ribeiro, na ROL, as decisões de futuro já não passam por construções, é muito mais exigente. No futuro, será preciso fazer funcionar a obra física existente tendo em vista um desenvolvimento sustentável e o bem estar das pessoas. Para isso é preciso pensar, planear, perceber onde queremos chegar daqui a 5,10, 20 anos. Nestes tempos de eleições autárquicas, parece faltar planeamento, ponderação do caminho que se quer para o concelho. 

Faltam 5 ou 6 meses para as eleições autárquicas e ainda não se ouviu das candidaturas o que pretendem para o concelho, onde pensam que este pode estar futuramente. Não quero com isto dizer que deveriam apresentar já os programas eleitorais, mas apenas algumas linhas mestras da sua estratégia, até porque se imagina que foi a sua vontade de construir algo que as levou a avançar. 


Não fiquem à espera, procurem!


A escolha dos eleitores deve ser esclarecida, deve ir além da empatia que a imagem de cada um dos candidatos transmite nos panfletos ou nos cartazes. As eleições em vários concelhos do nosso distrito significam a alteração de ciclos e de protagonistas políticos. Nós, os eleitores, temos a obrigação de ponderar bem a nossa escolha. É imperativo que a nossa atenção seja redobrada e a nossa preferência fundamentada, pois estas mudanças e escolhas terão um impacto enorme no futuro da nossa comunidade. 


Um dos Grandes 


Finais de Maio de 2010. Participava num encontro onde se debatia a informação em ambiente digital, quando soube da fatídica notícia da morte de Luís Dantas. Confesso que nesse momento deixei de ouvir os colegas a versar sobre o assunto que nos tinha reunido em Braga, sendo compelido a escrever umas singelas palavras publicadas, então, no jornal Cardeal Saraiva. 

Conheci Luís Dantas graças ao livro que escrevia na altura sobre a participação de limianos na I Grande Guerra. Poeta, escritor, historiador entrou em contacto comigo devido a alguns textos que eu escrevera sobre a participação do meu bisavô na Grande Guerra. Com uma simpatia e humildade desconcertantes, não descuidava qualquer aspecto na sua rigorosa busca pelas fontes históricas. Um dos seus últimos livros, intitulado “Figuras Populares de Ponte de Lima”, dá a conhecer uma Ponte de Lima feita pelo povo, afigurando-se como um retrato da nossa comunidade, diferente da habitual história que parece só feita pelos “grandes”. Com 40 anos de vida literária, foi agraciado no dia de Ponte de Lima, em 2011, com a medalha de mérito cultural. Passados uns meses, Luís Dantas deixava-nos.

10 anos volvidos desde o seu desaparecimento fisico, recordamos a sua vida. Fica a sugestão ao Municipio de Ponte de Lima para que diligencie a reedição da sua obra. Os grandes escritores limianos não acabaram nos meados do século XX. Luís Dantas é um deles, pelo que seria de louvar e enriquecedor para a cultura limiana dar a conhecer a sua obra aos mais novos e ao público em geral.


Fotografia: Amândio de Sousa Vieira publicada na página https://www.pontedelimacultural.pt

Fotografia: Amândio de Sousa Vieira publicada na página

 https://www.pontedelimacultural.pt